Lançamento do foguete foi o primeiro desde a posse do
presidente Moon Jae-In Llegó na Coreia do Sul
Novo míssil norte-coreano representa avanço e
tem capacidade inédita
Foto: STR / KCNA VIA KNS / AFP / CP
A Coreia
do Norte anunciou que testou com sucesso no domingo um novo tipo de
míssil, que segundo analistas ocidentais seria capaz de atingir bases
americanas no Pacífico. O míssil lançado pela Coreia do Norte constituiu o
primeiro teste com êxito de um novo modelo de foguete, afirmou nesta
segunda-feira a imprensa estatal em Pyongyang.
"Foi um míssil estratégico
de médio a longo alcance recentemente desenvolvido, o Hwasong-12",
informou a agência oficial KCNA, segundo a qual o líder norte-coreano Kim
Jong-Un. "supervisionou pessoalmente o lançamento do novo modelo de
foguete". Este foi o segundo lançamento de míssil em duas semanas e o
primeiro desde que o presidente Moon Jae-In llegó tomou posse na Coreia do Sul.
O teste
pretendia examinar "os detalhes técnicos e as características" de um
novo tipo de foguete, "capaz de transportar uma carga nuclear grande e
poderosa", assegura a KCNA. O míssil seguiu a trajetória prevista,
alcançando uma altura de 2.111,5 quilômetros e caindo a 787 quilômetros de
distância do ponto de lançamento, "precisamente onde se desejava",
destacou a agência oficial
norte-coreana.
O míssil permaneceu no ar durante
meia hora, antes de cair no Mar do Japão, situado entre os dois países, segundo
o porta-voz do governo japonês, Yoshihide Suga. Outro míssil de teste lançado
em março também caiu em uma área muito próxima do Japão, o que provocou alerta
no governo de Tóquio.
Desde o ano passado, a Coreia do
Norte realizou dois testes de mísseis e dezenas de testes de mísseis
balísticos, em uma tentativa de desenvolver armamento capaz de alcançar o
território continental dos Estados Unidos. Washington advertiu que todas as
opções militares estão sobre a mesa, embora recentemente o presidente americano
Donald Trump tenha suavizado o discurso com a afirmação de que ficaria
"honrado" de encontrar Kim Jong-un, caso as circunstâncias fossem
apropriadas.
"Avanço
substancial"
De acordo com Jeffrey Lewis, do
Middlebury Institute of International Studies, com sede nos Estados Unidos,
"este é o míssil de maior alcance já testado pela Coreia do Norte". O
engenheiro aeroespacial John Schilling, citado pelo site especializado 38
North, disse que o foguete parece pertencer à categoria intermediária de míssil
balístico, "capaz de atacar com precisão a base americana de Guam" no
Pacífico.
"E o
que é mais importante, representa um avanço substancial para o desenvolvimento
de um míssil balístico intercontinental (ICBM)", completou. Após o
teste, Estados Unidos e Japão pediram a convocação de uma reunião em caráter de
urgência do Conselho de Segurança da ONU.
De acordo
com a delegação do Uruguai, que em maio exerce a presidência do Conselho, a
reunião deve acontecer na terça-feira. Apesar de Washington não descartar
nenhuma opção, Pequim já se mostrou contrária a qualquer uso da força contra
Pyongyang, com receio das consequências que um conflito na península coreana
pode ter em sua fronteira.
A China
sugere há várias semanas que a Coreia do Norte suspenda seu programa nuclear e
balístico, ao mesmo tempo que os Estados Unidos encerrem os exercícios
militares organizados na Coreia do Sul a cada ano. A proposta foi rejeitada por
Washington, que deseja de Pequim uma aplicação mais rigorosa das sanções
adotadas pela ONU contra o regime norte-coreano.
"Que
esta última provocação sirva de chamado a todas as nações para implementar
sanções muito mais fortes contra a Coreia do Norte", afirmou a Casa Branca
em um comunicado. A Rússia minimizou o teste norte-coreano. O ministério da
Defesa de Moscou afirmou em um comunicado que o míssil caiu a 500 km de sua
fronteira e que "não representa nenhum perigo" para o país.
AFP
Correio
do Povo
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