segunda-feira, 29 de maio de 2017

Temperamento e equívocos fora de campo contribuem para demissão de Zago

Inter anunciou saída do treinador e está à procura de um substituto

Demissão de Zago do Inter não foi só pelos resultados | Foto: Ricardo Duarte / Inter / Divulgação / CP
   Demissão de Zago do Inter não foi só pelos resultados | Foto: Ricardo Duarte / Inter / Divulgação / CP

A demissão de Antônio Carlos Zago foi decidida nesse sábado, em Belém, logo após a derrota para o Paysandu, e confirmada ontem, em Porto Alegre. Porém, ele começou a cair muito antes. Dono de um temperamento difícil, o técnico que os dirigentes apostavam para tirar o Inter da segunda divisão teve o trabalho abreviado por uma sucessão de equívocos fora e, principalmente, dentro do campo. Neste momento, não há definição sobre o substituto, mas o clube trabalha com uma lista que inclui Guto Ferreira, Levir Culpi, Marcelo Oliveira e até Vanderlei Luxemburgo.

Apesar da aparência de normalidade, a situação de Zago já era complicada antes mesmo da viagem a Belém. O rendimento do time e, principalmente, os resultados estavam, na avaliação dos dirigentes, aquém da qualidade do grupo colocado à disposição de treinador desde o início do ano. A perda do título do Gauchão para o Novo Hamburgo, o empate em casa diante do ABC, na semana passada, e a derrota por 1 a 0 para o Paysandu apenas selaram o destino de Zago.

“Não fizemos um bom jogo, a análise que posso fazer é essa. O resultado foi merecido, pois em momento algum tivemos o controle do jogo. O Paysandu teve a superioridade desde o começo. Precisamos melhorar. Temos um grupo qualificado, que todos praticamente elogiaram as nossas contratações”, disse o vice-presidente de futebol, Roberto Melo, ainda no estádio Mangueirão, em Belém.

À falta de resultado e de um padrão de atuações mais elevado, somam-se dois episódios que constrangeram os dirigentes e levaram o técnico ao Tribunal de Justiça Desportiva. O primeiro foi ter acertado um “biquinho” no médico do Caxias em um jogo no Beira-Rio. Depois, na semifinal do Gauchão, simulou ter recebido um tapa no rosto de um jogador do Caxias.

Não havia como promover uma conversa privada entre os dirigentes e o treinador no Mangueirão. Como o time saiu do estádio direto para o aeroporto, onde tomou um avião fretado para Porto Alegre, a comunicação foi feita ontem. Por isso, o técnico ainda foi submetido ao constrangimento de comentar a derrota na condição de técnico no cargo. Foi sua última obrigação profissional pelo clube.


Fabrício Falkowski
Correio do Povo

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