Molina
explicou que a gravação foi feita em qualidade baixa e o áudio apresenta
descontinuidades
Molina explicou que a gravação foi feita em
qualidade muito baixa e o áudio apresenta descontinuidades
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
/ CP
O perito
Ricardo Molina, contratado pela defesa do presidente Michel Temer, afirmou que
a gravação feita pelo empresário Joesley Batista em conversa com o presidente e
entregue ao Ministério Público Federal (MPF) no acordo de colaboração premiada
é "imprestável como prova".
Ele concedeu entrevista coletiva
no fim da tarde desta segunda-feira e disse que o áudio entregue pelo
empresário "está completamente esburacado". Molina explicou que a
gravação foi feita em qualidade muito baixa e o áudio apresenta
descontinuidades. Ou seja, não é possível, segundo o perito, afirmar que não
houve edição no áudio.
"Não
posso dizer se houve edição ou não. Até por uma razão simples, porque não dá
para escutar, na maior parte do tempo, o que o presidente está falando".
Para ele, a gravação não poder ser considerada autêntica. "Ela é ruim e
deve ser descartada. Eu não posso garantir que ela não foi manipulada".
Molina também criticou a postura
do MPF de ter anexado a gravação ao inquérito sem tê-la submetido à perícia da
Polícia Federal (PF). "Eles concluem que o diálogo 'encontra-se audível,
apresentando sequência lógica'. Na fala do presidente, mais da metade é
ininteligível. Se [a fala] de um dos interlocutores que participaram da
gravação é ininteligível, como dizer que tem sequência lógica?",
argumentou.
O perito contratado pela defesa
do presidente aponta vários momentos em que, segundo ele, há descontinuidades
na gravação. Ele ainda aponta que o gravador utilizado por Joesley opera em uma
qualidade muito baixa, em frequência de 4 bits. "São até raros os
gravadores que usam 4 bits. Causa até estranheza que uma gravação de tal
importância tenha sido feita com um gravador tão vagabundo", disse.
Agência Brasil
Correio do Povo
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