quarta-feira, 24 de maio de 2017

Governo determina que Forças Armadas protejam Planalto e Esplanada até o dia 31

Vandalismo e depredação atingiram Ministérios após confronto em meio a protesto contra Temer e as reformas trabalhista e da Previdência

Alegando ter recebido um pedido do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o governo determinou que as Forças Armadas protejam os prédios do Planalto, do Congresso e a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, na tarde desta quarta-feira. No decreto, publicado em edição extra do Diário Oficial da União, o presidente Michel Temer permite o emprego do Exército “para a Garantia da Lei e da Ordem no Distrito Federal”. O decreto define que a área de atuação para o emprego das Forças Armadas vai ser definida pelo Ministério da Defesa. A medida vale de hoje a 31 de maio.

Perto das 17h, Maia desmentiu ter solicitado o emprego do Exército e alegou ter pedido reforço da Força Nacional de Segurança, ligada ao Ministério da Justiça. De acordo com a imprensa de Brasília, essa é a primeira vez que o governo federal utiliza um decreto do tipo, chamando as forças militares, desde o início da redemocratização.

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, informou, em um pronunciamento, mais cedo, que tropas das Forças Armadas já se posicionaram no Palácio do Planalto e no Itamaraty. Segundo o ministro, mais homens foram deslocados para demais prédios da Esplanada, os ministérios e o Congresso Nacional.

De acordo com Jungmann, a medida foi necessária porque a marcha Ocupa Brasília, “prevista como pacífica, degringolou para a violência, desrespeito e ameaça às pessoas”. ”O senhor Presidente da República ressalta que não é aceitável a baderna, o descontrole e que ele não permitirá que atos como este voltem a perturbar o processo que se desenrola de forma democrática e respeito as instituições”, concluiu.

O protesto, que segundo a PM do Distrito Federal, reuniu 35 mil pessoas, exigia a saída do presidente Michel Temer e a suspensão dos debates sobre as reformas trabalhista e da Previdência. Pelo menos quatro pessoas foram presas e uma ficou ferida com um disparo de arma de fogo, conforme as informações preliminares.

Vandalismo e depredação atingiram Ministérios após confronto

A situação no Distrito Federal ainda era tensa perto das 17h, embora parte dos manifestantes já tenha se dispersado em função do tumulto. Todos os ministérios foram evacuados depois que manifestantes e policiais entraram em confronto, no início da tarde.

Imagens mostraram manifestantes jogando explosivos contra os tapumes que protegiam o Ministério da Agricultura, também usados como barricada. Um incêndio atingiu uma área interna da Pasta e foram quebrados quadros com fotos de ex-ministros.

Um grupo mascarado também destruiu persianas, vidraças, documentos e computadores nas pastas da Fazenda, Turismo, Minas e Energia, Cultura e Planejamento. Essa última teve queimada a ala privativa da Secretaria de Patrimônio da União. Também foram depredados paradas de ônibus, placas de trânsito, orelhões, holofotes e até banheiros químicos que haviam sido instalados para a manifestação. Também sofreram vandalismo a Catedral Metropolitana e o Museu da República.

Na Câmara, o presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ), deixou o comando da sessão, que acabou suspensa duas vezes após um protesto dos partidos de oposição contra a ação policial que ocorria na Esplanada. Alguns líderes partidários ocuparam a mesa do plenário da Câmara gritando “Diretas Já, o povo quer votar”.

Ao ocupar a mesa do plenário, os oposicionistas estenderam uma faixa com a frase “Fora Temer”. O deputado Mauro Pereira (PMDB-RS) arrancou a faixa das mãos dos deputados, o que provocou tumulto. Retomada, a sessão prosseguiu, ainda com oposicionistas cercando Maia.

No Senado, a sessão se manteve, assim como no Supremo Tribunal Federal.


Fonte: Rádio Guaíba, com agências

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