Senador disse que irá usar todo o tempo disponível para
provar sua inocência
Aécio Neves pede afastamento da presidência do
PSDB
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
/ CP
Aécio
Neves, pressionado após a revelação das delações da JBS que apontam que ele recebeu R$ 2 milhões, divulgou nota pedindo licença da
presidência do PSDB. No texto, ele afirma que vai se dedicar a preparar a
defesa contra ”o absurdo dessas acusações e o equívoco dessas medidas”. Ele
também confirma que apresentou o nome de Tasso Jereissati para assumir interinamente
o cargo.
Comunicado
do senador Aécio Neves
Em razão
das ações promovidas no dia de hoje contra mim e minha família, quero afirmar
que, a partir de agora, minha única prioridade será preparar minha defesa e
provar o absurdo dessas acusações e o equívoco dessas medidas.
Me dedicarei
diuturnamente a provar a minha inocência e de meus familiares para resgatar a
honra e a dignidade que construí ao longo de meus mais de trinta anos de vida
dedicada à política e aos mineiros em especial.
O tempo
permitirá aos brasileiros conhecer a verdade dos fatos e fazer ao final um
julgamento justo.
Para
isso, decidi licenciar-me hoje da Presidência do PSDB que ocupo há mais quatro
anos com extrema honra e dedicação. O Brasil precisa que o PSDB continue a ser
o fiador das importantes reformas que vêm mudando o país.
Depois de
ouvir inúmeros companheiros e seguindo o que determina o nosso Estatuto, estou
apresentando à Executiva o nome do senador Tasso Jereissati, do PSDB do Ceará,
para assumir nessa interinidade a presidência do partido.
Estou
seguro de que, sob seu comando, com o apoio de nossos governadores e prefeitos,
de nossas bancadas no Senado e na Câmara, dos nossos diretórios estaduais, de
nossos líderes municipais e de todos nós, ele fará o partido seguir de forma
firme e corajosa sua vitoriosa trajetória.
Aguardarei
com firmeza e serenidade que as investigações ocorram e estou certo de que, ao
final, como deve ocorrer num país onde vigora o Estado de Direito, a verdade
prevalecerá e a correção de todos os meus atos e de meus familiares será
reconhecida.
O STF determinou o afastamento do
senador Aécio Neves do mandato. Além disso, Fachin impôs duas medidas
cautelares ao tucano: a proibição de contatar qualquer outro investigado ou réu
no conjunto de fatos revelados na delação da JBS; e a proibição de se ausentar
do País, devendo entregar o passaporte.
Aécio Neves foi alvo de uma operação da Polícia
Federal (PF),
deflagrada hoje e que serve como desdobramento da Lava Jato. Na ofensiva, a sua
irmã, Andrea Neves, foi presa preventivamente. Os policiais ainda cumpriram
mandados de busca e apreensão em diversos endereços do senador.
Andrea é suspeita de pedir
dinheiro para Joesley Batista em nome do irmão - que recebeu R$ 2 milhões do
empresário em entrega filmada e registrada. O dinheiro foi dada a um primo de
Aécio. Um primo do presidente do PSDB também foi preso preventivamente pela
Polícia Federal. Frederico Pacheco de Medeiros, conhecido como Fred, teria sido
filmado recebendo R$ 2 milhões a mando de Joesley Batista.
Além dele, Menderson Souza Lima,
assessor do senador Zezé Perrela (PMDB-MG) também foi preso. Todos foram
citados na delação de Joesley Batista. Em todos os casos os mandados são de
prisão preventiva e foram autorizados pelo STF.
A PF não informa os locais exatos
e nem a quantidade da mandados abertos para a capital mineira. Uma fazenda do
senador no município de Cláudio, na região centro-oeste de Minas Gerais, é
outro alvo dos policiais. Paralelamente, no Rio de Janeiro, foi cumprido um
mandado de busca e apreensão em um imóvel de Andrea Neves. A PF recolheu
materiais e equipamentos que passarão por perícia. Os gabinetes de Perrela e de
Aécio no Senado, em Brasília, também foram alvo de buscas.
A ação da
Polícia Federal ocorre após o jornal O Globo revelar, na noite de quarta-feira,
que o empresário Joesley Batista, dono do frigorífico JBS, entregou à Justiça
gravações que comprometem Aécio Neves. Ele teria pedido R$2 milhões para ajudar
a pagar suas despesas com a defesa na Operação Lava-Jato. O dinheiro teria sido
entregue a um primo de Aécio. A entrega foi registrada em vídeo pela Polícia
Federal. A PF rastreou o caminho do dinheiro e descobriu que o montante foi
depositado numa empresa do senador Zezé Perrella (PSDB-MG).
ESTADÃO
conteúdo
Correio
do Povo
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