sexta-feira, 19 de maio de 2017

Cooperativa é suspeita de desviar 170 mil sacas de soja no RS

Polícia Civil realiza operação na manhã de hoje para obter dados sobre o descaminho da soja

Sede da empresa, em Eldorado do Sul, foi alvo da ação (Foto: Reprodução/Google Street View)
   Sede da empresa, em Eldorado do Sul, foi alvo da ação (Foto: Reprodução/Google Street View)

A Polícia Civil deflagrou na manhã de hoje no Rio Grande do Sul uma operação contra a cooperativa agrícola Cooplantio. De acordo com as investigações, um agricultor repassou grandes cargas de soja para a empresa entre os anos de 2010 e 2014 e jamais recebeu pelo produto. O produtor é do município de Tupanciretã e teria repassado à Cooplantio 170 mil sacas de soja, tendo um prejuízo de R$ 17 milhões.

Nas ações realizadas, foram apreendidos documentos em várias sedes da empresa, em oito cidades gaúchas e uma do Paraná. De acordo com o delegado Max Otto Ritter, a Cooplantio assumiu formalmente que devia valores, mas o dinheiro jamais foi repassado para o produtor rural.

“Primeiramente, houve o envio de 100 mil sacas de soja. A Cooplantio se apropriou dessa soja e depositou lá em Rio Grande. E depois ele começou a buscar o dinheiro aquelas sacas de soja. E começou a enfrentar muitas dificuldades. O que eles ajustaram entre si: o produtor pediu para que a cooperativa pediu para a Cooplantio confessasse a dívida. Mas ainda restavam outras 70 mil sacas de soja. Como ele viu que havia uma certa obstrução para o pagamento das 100 mil sacas iniciais, a relação de boa fé que aparentemente havia foi por terra. Aí ele buscou a polícia”.

A Cooplantio chegou a alegar ao produtor rural que estava passando por dificuldades financeiras. Porém, a investigação da Polícia Civil diz que balancetes já em mãos da investigação não condizem com as alegações. São apurados crimes de apropriação indébita, associação criminosa e lavagem de dinheiro. O delegado Ritter não descarta inclusive que outros agricultores tenham sido lesados nos últimos anos com a perda de suas produções para a Cooplantio.

O segundo passo das investigações é examinar a conduta de dirigentes, conselheiros e outros membros da cooperativa. Não se descarta que empresas fantasmas tenham sido criadas para esconder o dinheiro. A Polícia Civil pede que outros agricultores que tenham sido lesados por esta cooperativa procurem as autoridades para que outras investigações sejam feitas. A reportagem da Rádio Guaíba tentou contato telefônico com a Cooplantio após a divulgação da operação policial, mas não obteve êxito.


Fonte: Eduardo Paganella / Rádio Guaíba

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