Polícia Civil realiza operação na manhã de hoje para
obter dados sobre o descaminho da soja
Sede da empresa, em Eldorado do Sul, foi alvo
da ação (Foto: Reprodução/Google Street View)
A Polícia Civil deflagrou na manhã de hoje no Rio Grande do Sul uma
operação contra a cooperativa agrícola Cooplantio. De acordo com as
investigações, um agricultor repassou grandes cargas de soja para a empresa
entre os anos de 2010 e 2014 e jamais recebeu pelo produto. O produtor é do
município de Tupanciretã e teria repassado à Cooplantio 170 mil sacas de soja,
tendo um prejuízo de R$ 17 milhões.
Nas ações realizadas, foram apreendidos documentos
em várias sedes da empresa, em oito cidades gaúchas e uma do Paraná. De acordo
com o delegado Max Otto Ritter, a Cooplantio assumiu formalmente que devia
valores, mas o dinheiro jamais foi repassado para o produtor rural.
“Primeiramente, houve o envio de 100 mil sacas de
soja. A Cooplantio se apropriou dessa soja e depositou lá em Rio Grande. E
depois ele começou a buscar o dinheiro aquelas sacas de soja. E começou a
enfrentar muitas dificuldades. O que eles ajustaram entre si: o produtor pediu
para que a cooperativa pediu para a Cooplantio confessasse a dívida. Mas ainda
restavam outras 70 mil sacas de soja. Como ele viu que havia uma certa
obstrução para o pagamento das 100 mil sacas iniciais, a relação de boa fé que
aparentemente havia foi por terra. Aí ele buscou a polícia”.
A Cooplantio chegou a alegar ao produtor rural que
estava passando por dificuldades financeiras. Porém, a investigação da Polícia
Civil diz que balancetes já em mãos da investigação não condizem com as
alegações. São apurados crimes de apropriação indébita, associação criminosa e
lavagem de dinheiro. O delegado Ritter não descarta inclusive que outros
agricultores tenham sido lesados nos últimos anos com a perda de suas produções
para a Cooplantio.
O segundo passo das investigações é examinar a
conduta de dirigentes, conselheiros e outros membros da cooperativa. Não se
descarta que empresas fantasmas tenham sido criadas para esconder o dinheiro. A
Polícia Civil pede que outros agricultores que tenham sido lesados por esta
cooperativa procurem as autoridades para que outras investigações sejam feitas.
A reportagem da Rádio Guaíba tentou contato telefônico com a Cooplantio após a
divulgação da operação policial, mas não obteve êxito.
Fonte: Eduardo Paganella / Rádio Guaíba
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