Políticos tinham cargos no Senado e na Câmara dos Deputados
STF determinou afastamento de Aécio Neves e
Rocha Loures dos mandatos
Foto: José Cruz / Agência Brasil / CP
O Supremo
Tribunal Federal (STF) determinou nesta quinta-feira o afastamento do senador
Aécio Neves (PSDB-MG) do mandato de senador e do deputado Rocha Loures
(PMDB-PR) do mandato de deputado federal.
O Supremo
Tribunal Federal afastou o senador Aécio Neves (PSDB) e o deputado Rodrigo
Rocha Loures (PMDB) de seus cargos no Congresso Nacional após pedido da
Procuradoria-geral da República com base na delação de Joesley Batista e
pessoas ligadas ao grupo J&F. Aécio foi gravado solicitando R$ 2 milhões ao
empresário e Rocha Loures foi filmado pela Polícia Federal recebendo valores do
empresário.
Na
conversa gravada, Joesley e Aécio negociam de que forma seria feita a entrega
do dinheiro. O empresário teria dito que se o senador recebesse pessoalmente o
dinheiro, ele mesmo, Joesley, faria a entrega. E, se Aécio mandasse um
preposto, o empresário faria o mesmo. Foi quando o senador disse a seguinte
frase: "Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação. Vai
ser o Fred com um cara seu. Vamos combinar o Fred com um cara seu porque ele
sai de lá e vai no cara. E você vai me dar uma ajuda do c***.".
O
"Fred" citado no diálogo é Frederico Pacheco de Medeiros, primo de
Aécio, ex-diretor da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e um dos
coordenadores da campanha do tucano à Presidência em 2014. O responsável pela
entrega teria sido o diretor de Relações Institucionais da JBS, Ricardo Saud,
de acordo com a reportagem do jornal. Rocha Loures, por sua vez, teria sido
filmado pela Polícia Federal recebendo cerca de R$ 500 mil em propina.
Operação
Agentes
da Polícia Federal estão em imóveis do senador e presidente do PSDB, Aécio
Neves (MG), no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, na manhã desta quinta-feira. O presidente do PSDB foi acusado pelo empresário Joesley Batista de lhe
pedir dinheiro em meio às investigações da Operação Lava Jato. O valor de R$ 2
milhões foi rastreado e chegou ao senador Zezé Perrella (PMDB-MG).
Andreia
Neves, irmã de Aécio, e Altair Alves, ligado ao ex-presidente da Câmara Eduardo
Cunha (PMDB-RJ) também são alvo da operação. O jornal O Estado de S.
Paulo, apurou que a Polícia Federal cumpre mandado de busca e apreensão nos
gabinetes de Aécio e Zezé Perrella no Senado. O presidente do PSDB foi acusado
pelo empresário Joesley Batista de lhe pedir dinheiro em meio às investigações
da Operação Lava Jato.
Dono do maior grupo de produção
de proteína animal do mundo, Joesley gravou o presidente Michel Temer dando
aval para a compra do silêncio de Eduardo Cunha. Ele disse à Procuradoria-Geral
da República (PGR) que fazia pagamentos para evitar que o ex-deputado falasse o
que sabe a investigadores.
A revelação foi feita pelo
colunista Lauro Jardim, do jornal "O Globo". O empresário também
teria gravado Aécio lhe pedindo R$ 2 milhões. O valor teria sido entregue a um
primo do senador, em espécie, que teria levado as notas para uma empresa de
Perrella.
ESTADÃO conteúdo
Correio
do Povo
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