quarta-feira, 27 de maio de 2015

Candidatura do Brasil à Copa 2014 será investigada

Ex-presidente da CBF José Maria Marin foi um dos detidos na Suíça

José Maria Marin ainda faz parte da gestão da CBF | Foto: Rafael Ribeiro / CBF / CP
   José Maria Marin ainda faz parte da gestão da CBF | Foto: Rafael Ribeiro / CBF / CP

O recado das autoridades americanas foi claro. O desbaratamento de um esquema de propinas envolvendo empresas de marketing esportivo, que teve como consequência a prisão de sete dirigentes do futebol mundial – inclusive o vice-presidente da CBF, José Maria Marin – foi só o começo. Até a candidatura brasileira para a Copa do Mundo de 2014 será alvo das investigações, segundo informou nesta quarta-feira um dos procuradores responsáveis pelo caso.

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"O processo de candidatura do país será investigado, mas não posso comentar nada mais a respeito", avisou Kelly Currie, em coletiva nesta quarta-feira, ressaltando que, apesar de nenhuma irregularidade ter sido encontrada por enquanto na Copa 2014, há um pedido de colaboração das autoridades brasileiras. "Já enviamos diversas informações para as autoridades brasileiras, que agora devem proceder da maneira que lhes parecer adequada", completou.

Segundo as autoridades dos Estados Unidos, o sistema financeiro do país foi usado para movimentar o dinheiro do esquema, do qual participaram dirigentes da Concacaf e da Conmebol. A movimentação de subornos alcançou a cifra de R$ 450 milhões.

Em relação aos acusados presos em Zurique, entre eles Marin, a procuradora-geral dos EUA, Loretta Lynch, avisou que vai pedir a extradição. "Temos um respeito muito grande pelas autoridades suíças que agiram no hotel em Zurique. Esperamos que quem for acusado formalmente venha e possa se defender. Faremos as solicitações de transferências dos acusados, e depois haverá extradição, conforme as leis internacionais. Estamos também procurando outros envolvidos", afirmou ela, ressaltando que alguns podem pegar até 20 anos de cadeia. "Mas vamos ver cada situação dos acusados para ver a pena de cada um", completou.

O diretor do FBI, James Comey, ressaltou a lição que a operação pode dar ao mundo do futebol. "Uma das lições desse caso é a mensagem que podemos mandar: este tipo de esquema não passará despercebido, será sempre notado. Muitas pessoas se envolvem nesse tipo de prática pensando que vão se dar bem, mas não será assim. Estamos atrás de desmembrar os esquemas e não iremos descansar até o momento que o mundo entenda que esses esquemas não serão tolerados e serão castigados com todo o rigor da lei", avisou.

Lancepress
Correio do Povo

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