quinta-feira, 28 de maio de 2015

Interrogatório dos acusados no caso Bernado




A quarta-feira amanheceu chuvosa na cidade de Três Passos, porém nada impediu que as pessoas saissem as ruas de guarda chuva e apitos e com um sistema de som instalado ao lado do Fórum. Seguidamente era reproduzido um áudio onde o menino Bernardo pede socorro. Tudo isso na espera dos acusados de terem assassinado o Bernardo.

Escoltados por agentes penitenciários eles chegaram na cidade e desceram rápido dos veiculos da Susepe. O primeiro a chegar foi Evandro, logo após Leandro, Graciele e Edelvânia.

Gritos de populares chamando de assassinos e pedindo justiça eram as palavras mais ouvidas.

O médico Leandro Boldrini foi o primeiro a ser interrogado, ele falou por mais de 3 horas. Denunciado por homicídio triplamente qualificado pela morte da criança, ele negou envolvimento no crime e garantiu que foi "traído" pela mulher, Graciele.

Boldrini nega envolvimento na morte e acusa madrasta: "Ela me traiu"

Graciele Ugolini foi a segunda pessoa a ser interrogada, de cabeça baixa, a madrasta entrou na sala e sequer respondeu às perguntas iniciais feitas pelo juiz Marcos Luís Agostini.

Perguntada sobre qual seu nome, profissão. Ela respondeu baixinho que não lembrava e pediu um copo de água, somente após isso Kelly conseguiu falar nome, idade e profissão, mas nada além, pois usou o direito em permanecer em silêncio.

A mesma garantia foi usada por Edelvânia, ela afirmou que não tinha condições de estar ali porque estava fazendo tratamento de saúde e disse que só ira falar diante do Júri.

O último a ser interrogado foi Evandro, o qual falou e negou também o envolvimento na morte de Bernardo. Ele é apontado como o autor do buraco cavado à beira de um rio onde o garoto foi enterrado.

Evandro afirmou que estava nas proximidades pescando, como era de costume e que inclusive naquele dia pescou 8 peixes.

Somente por volta das 17h, os depoimentos foram finalizados.

A Rádio Querência e o Portal QuerenciaOnline através dos profissionais Fernando Almeida e André Motta estiveram acompanhando o interrogatório dos réus e trazendo informações e fotos aos ouvintes e internautas.

Do lado de fora do Fórum as tendas foram desarmadas também no final da tarde, por lá as pessoas permaneceram ate a finalização do interrogatório.

Leandro Boldrini disse que;

•   A acusação é falsa que ele não tem participação nos fatos.
•   Não conhecia Edelvânia, que ouviu falar dela através da Gracieli, que um dia cogitou que ela poderia ser madrinha da filha do casal.
•   Que Graciele, colocava alguns obstáculos no relacionamento entre Bernardo e a irmã, até citou um exemplo. “quando o Bernardo vinha de fora e iria pegar a irmã no colo, ela o repreendia mando-o lavar as mãos primeiro” que ela criava uma espécie de “bolha” protetora.
•   Sobre os vídeos encontrados em seu smartphone de conflitos entre Bernardo ele e a madrasta, disse que lembra das gravações e que foi ele quem gravou.
•   Sobre o dia em que Bernardo foi morto, segundo as investigações, Leandro disse que pela manhã ele acordou foi trabalhar como de costume, ao meio dia todos almoçaram juntos e que Bernardo estava muito feliz.  “Eu não sabia que o Bernardo iria junto. Ela não me falou que levaria o Bernardo”. Após o almoço, ele foi pra sua “cesta” e que não viu Graciele sair.
•   A compra da TV em Frederico foi idéia de Graciele, que ele estava com “um milhão de coisas para resolver” e foi ela que decidiu fazer a compra lá, por que era mais barato. Também confirmou que recebeu um torpedo (SMS) pelo celular confirmando que havia sido feito uma compra em seu cartão.
•   No final da tarde disse que pegou o celular para ligar para Graciele, e quando olhou para fora da clinica a camionete esta estacionada na frente, ele saiu para fora abriu a porta de trás e viu a TV, e que Graciele estava carregando um aquário.
•   Sobre a morte de Bernardo disse que ficou sabendo dentro da delegacia, quando já estava preso e algemado.  “perguntei a Graciele se ela tinha alguma participação nisso, ela disse que sim. Os Policias tiveram que me segurar para mim não avançar nela”.
•   O Bernardo nunca foi proibido de entrar em casa em hipótese alguma, jamais Bernardo foi proibido disso, que ele possuia controle do portão e sabia das senhas para desativar os alarmes de monitoramentos. 
•   No final disse que é inocente de todas as acusações e pediu justiça pela morte de seu filho. Que os culpados devem pagar pelo que fizeram e que ele vai provar que é inocente.

Amigas permaneceram caladas

Graciele Ugulini manteve se em silencio como o seu defensor já havia adiantado antes do inicio do interrogatório. Diante do juiz Graciele, se mostrou confusa, que não estaria endento o que estava se passando ali. O magistrado perguntou se ela estava passando bem e ofereceu água a acusada. Depois de ouvir a acusação que pesa contra ela,  o juiz perguntou se ela havia entendido o que ouviu. Com a cabeça ela fez sinal de sim.

Edelvania Wirganovicz, assim como Graciele, permaneceu calada. E ao contrario do que seu defensor havia dito ela não permaneceu na sala para ouvir o interrogatório do seu irmão Evandro Wirganovicz. Disse ao final que estava sendo obrigada a estar ali e que não estava bem de saúde.

Evandro Wirganoviscz, disse que;

•   É a segunda vitima do caso. Negou que tenha sido ele quem fez ou ajudou alguém a fazer a cova.
•   Que na quarta-feira dia 02 de abril de 2014, ele estava de férias e teria ido até a casa de sua mãe que fica próximo do local onde Bernardo foi encontrado.
•   A tardinha resolveu ir pescar e que deixou o carro onde sempre costumava deixar. Lembrou que naquele dia ele pescou 8 peixes (3 Traíras e 5 Jundiás).
•   Disse que não está defendendo ninguém, nem mesmo a sua irmã. “Não posso pagar por uma coisa que não fiz”.
•   Edelvânia disse que fez o buraco, ela confessou em seu primeiro depoimento que está gravado em vídeo.
•   Não vi as ferramenta na casa de minha mãe.
•   Não conhecia Leandro Boldrini e Graciele Ugulini.
•   Chorou bastante quando foi questionado pelo seu defensor sobre seus filhos (um casal), disse que vê eles uma vez por mês.
•   Encerrou chorando muito dizendo ao juiz de que “Deus vai tocar seu coração e Senhor vai ver que eu sou inocente”


Texto e fotos : Fernando Almeida e André Motta
Dep. Jornalismo RQ

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