Andréia Santos era jornalista. Foi
editora-chefe do jornal Hora H e do Portal Ijui.com. Ela faleceu em 24 de
dezembro de 2014, aos 37 anos, em função de complicações de uma cirurgia. Foto:
Arquivo Pessoal
Ainda escuto a voz daquela
mulher de sorriso largo e pensamentos igualmente extensos.
Ainda visito seu Facebook
tentando absorver sua partida, e sinto vontade de ver suas postagens bacanas,
críticas e atentas ao social, ou uma observação sensível e inteligente do
cotidiano; ou, simplesmente, lhe enviar uma mensagem Inbox, perguntando como
está ou lembrar do tempo em que combinávamos encontros entre nossas filhas que,
há mais de dez anos, partilharam a sala de aula e outros espaços de vida.
Recordo com alegria nossas
conversas em um happy hour depois de buscarmos as meninas no colégio.
Também, essa mulher que
tinha o dom da fala, era uma conexão com uma parte de mim: o mundo do
jornalismo e sua paixão que alimentava por ele.
Uma vida interrompida,
estupidamente.
Muitas coisas dessa mulher
guerreira de sorriso largo ficarão guardadas em mim - nessa certeza estúpida
que a vida pode ser interrompida assim, abruptamente, sem sinais, sinalizações,
avisos. Esse impacto da morte de uma pessoa tão jovem, produtiva, querida, nos
defronta com os limites irredutíveis da vida. Ir em busca de uma vida melhor e
não mais voltar dela.
Inconcebível. Uma
guerreira, como assim se referia sua irmã: morreu lutando por uma vida ainda
melhor, como os grandes heróis. Mas a batalha estava para além de sua força.
O valor da amizade. Mais
um dentre tantos que ela possuía: o amor e dedicação à sua filha, familiares e
amigos. Sua disposição às boas e fundamentais conversas que nos restabelecem na
vida, reposicionando-nos diante de dificuldades que não conseguimos visualizar
sozinhos, as saídas.
Essa mulher de sorriso
largo, reconhecida por todos, assim: exuberante com seu sorriso, partiu,
assim... em uma véspera de Natal.
E nossas conversas?
A troca de percepção sobre
o cotidiano de uma vida que pode renovar este mesmo cotidiano?
Talvez, com sua morte, ela
tenha perdido uma batalha, não a luta. Pois permanece sua filha e,
provavelmente, os tempos trarão os filhos de sua filha e filhos dos filhos de
sua filha e, assim, sucessivamente.
Permanecerá sua coragem
com o enfrentamento de batalhas, seu sorriso largo, sua disposição às boas e
fundamentais
conversas.
O amor à vida.
Quando a saudade bate,
prefiro: “Descanse em paz, minha amiga de sorriso largo, que ficará guardado em
nós, o seu valor eterno!”. Sua falta que, com o tempo, revisitamos com
intervalos, será sempre proporcional ao valor que ocupou em cada um de nós, de
formas singulares.
Sua existência não foi tão
larga, mas sua importância nessa vida, sim.
*Iza Maria de Oliveira é
psicanalista, cronista e era amiga da jornalista Andréia Santos
Fonte: PORTAL IJUHY.COM
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