quarta-feira, 20 de maio de 2015

Perícias particulares levam à reabertura do Caso Odilaine em Três Passos


Perícias particulares levam à reabertura do Caso Odilaine em Três Passos
   Juiz Marcos Luis Agostini deferiu pedido do MP/Foto: Arquivo/TP News

O inquérito policial sobre a morte de Odilaine Uglione, mãe do menino Bernardo Boldrini, arquivado em agosto de 2011, terá que ser reaberto pela Polícia Civil. A decisão é do juiz Marcos Luis Agostini, da 1ª Vara Judicial de Três Passos, que atendeu ao pedido do Ministério Público.

De acordo com Agostini, os elementos e fundamentos apresentados são suficientes para a reabertura das investigações acerca da morte de Odilaine. Sobre a designação de delegado de polícia e equipe da Região Metropolitana de Porto Alegre para realizar a investigação, o magistrado concluiu que a definição dessa questão é atribuição da própria Polícia Civil

Segundo o Ministério Público, o requerimento de desarquivamento decorreu da necessidade de confrontação, por diligências oficiais, das perícias particulares juntadas aos autos, que foram realizadas de forma unilateral, a pedido da mãe da vítima. Na suposta nova versão do fato, é imputada à Secretária do consultório a confecção da carta suicida e, inclusive, colocada uma terceira pessoa dentro da sala de atendimento em que ocorreu o fato, onde, em tese, estariam apenas Leandro Boldrini e Odilaine Uglione.

Com o pedido de desarquivamento, o Ministério Público encaminhou requisição de diversas diligências à autoridade policial, em especial realização de perícia grafodocumentoscópica na carta suicida, reprodução simulada dos fatos, oitiva de pessoas que estavam no consultório na data e horário do fato e que compareceram ao local depois disso e complementação de perícia já realizada, entre outras diligências que se mostram pertinentes para a elucidação do fato.

Com o deferimento do Poder Judiciário, os autos do inquérito policial serão baixados à Delegacia de Polícia Civil de Três Passos para o prosseguimento das investigações e cumprimento das requisições do Ministério Público.

Entenda o Caso Odilaine

Conforme a polícia, Odilaine teria cometido suicídio dentro do consultório do pai de Bernardo, Leandro Boldrini, no dia 10 de fevereiro de 2010. No inquérito policial, consta que ela comprou um revólver calibre 38 pouco antes de ir à clinica. Além disso, também há o registro de um bilhete em que a secretária do médico, Andressa Wagner, entregaria ao patrão, alertando sobre a chegada de Odilaine. O processo conta com depoimentos de testemunhas que estavam na sala de espera no dia da morte e com documentos referentes a uma possível divisão da pensão a ser paga após o processo de separação do casal.

Já a defesa da família Uglione alega que houve falhas na investigação da morte da mãe de Bernardo, entre as principais, estão divergências quanto ao exato local da lesão no crânio de Odilaine; existência de lesões no antebraço direito e lábio inferior da vítima; lesões em Leandro Boldrini; vestígios de pólvora na mão esquerda da vítima, que era destra; ausência de exame pericial em Boldrini, uma carta fraudada supostamente deixada pela mãe de Bernardo e a própria morte do garoto, que configuraria um fato novo.


Fonte: Três Passos News

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