Após Reforma da Previdência, o presidente da
Câmara dos Deputados participou de evento em São Paulo
Maia participou de evento em São Paulo na noite
dessa quinta-feira
Um dia após a
conclusão da Reforma da Previdência na Câmara, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
fez duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro durante o Encontro Anual
de Líderes, evento realizado pela Fundação Lemann, em Embu, na Grande São
Paulo. "Onde nós erramos, Bolsonaro é produto dos nossos erros. É um
deputado que estava sem partido, escanteado pelos militares, escanteado por
todos. Onde foi que nós erramos?", disse Maia ao participar de painel
sobre questões socioeconômicas, políticas e as reformas em pauta na agenda
pública.
A agressividade diz muito. Nos bastidores
políticos comentava-se o risco de, após a aprovação da Previdência, Maia
definir por sua conta os rumos das discussões nacionais daqui em diante,
relegando o presidente a um segundo plano. "Agora, o importante é a reforma
administrativa, que vamos tocar. E não vejo problemas para avançar com a
tributária e o pacto federativo", explicou, como um estadista.
O parlamentar voltou a carga contra o atual
presidente lembrando que o candidato à Presidência em 2018 Geraldo Alckmin
(PSDB) mostrou exatamente quem era Bolsonaro em seus vídeos de campanha.
"Não há surpresa", afirmou. Segundo a análise de Rodrigo Maia, o
presidente só foi eleito por ter surgido num momento de desilusão política do
povo, que não se identificava mais com a direita nem com a esquerda.
"Infelizmente, os brasileiros o elegeram", acrescentou.
Além do presidente da Câmara, participaram do
encontro o deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ), líder da oposição na
Câmara, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), e Salim Mattar,
secretário especial de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da
Economia.
Maia também deixou claro que desaprova a agenda
"de valores" do governo federal. "E tenho mostrado isso na minha
atuação na Câmara", salientou. Só se aproxima do governo nos temas mais
ligados ao ministro da Economia, Paulo Guedes. "Algumas coisas que o
Bolsonaro diz eu nem comento, quando
ele fala do Santa Cruz (Felipe Santa Cruz, presidente da OAB), por exemplo. Eu
sei o que meu pai passou e sei o que minha avó passou por causa do seu
filho", argumentou.
O presidente da Câmara criticou ainda a
polarização incentivada pelo presidente. "Nós falimos o Estado brasileiro
nos últimos 30 anos e não vamos conseguir reerguê-lo se não houver união",
afirmou. E foi além: "As instituições precisam funcionar. Todas precisam
estar atentas. É nossa função limitar os avanços de outros poderes",
advertiu.
Eleições de 2022
Após se destacar na condução da reforma da
Previdência, Maia desponta como um possível candidato presidencial em 2022. A
intermediadora do fórum desta quinta-feira (8), a jornalista Malu Gaspar, fez
Maia ficar outra vez vermelho ao perguntar se ele não era "um nome para
2022". Sem graça, ele riu e mudou de assunto.
Por R7
Correio do Povo
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