Imagem de satélite divulgada hoje pela Nasa
mostra focos de incêndio na Amazônia em diversos Estados brasileiros
O presidente francês Emmanuel Macron convocou
nesta quinta o G7, grupo de potências globais composto por Alemanha, Canadá,
Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, para ter uma
discussão de emergência sobre as queimadas na Amazônia. "Nossa casa está
pegando fogo. Literalmente. A floresta amazônica — o pulmão do planeta que
produz 20% do nosso oxigênio — está em chamas. É uma crise internacional.
Membros do G7, vamos discutir essa situação emergencial em dois dias",
escreveu em seu Twitter o chefe do Palácio dos Eliseus.
A cúpula do G7 começa no sábado e segue até
segunda no famoso balneário francês de Biarritz, um dos destinos prediletos da
realeza europeia e mais recentemente dos surfistas. O local terá grande um
esquema de segurança para receber os líder de Estado. Atualmente na presidência
do grupo, a França anunciou que ações de preservação ao meio ambiente
serão uma das prioridades em seu mandato e propôs a assinatura de uma
"Carta de delegação responsável" com compromissos específicos. Também
foi lançado, em abril, um rótulo de baixo carbono, apoiado pelo Ministério da
Transição Ecológica e Solidária e pelo Ministério da Agricultura.
A floresta amazônica, considerada o pulmão do
planeta Terra, sofre desde o final de julho com queimadas que podem ser vistas
do espaço, segundo fotos do satélite Aqua, divulgadas pela Administração
Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Estados Unidos, (Nasa), nesta
quinta. O problema é recorrente, mas o número de focos cresceu 70% até o dia 18
de agosto neste ano, na comparação com o mesmo período de 2018. Os dados são da
medição do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe).
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo
Maia (DEM-RJ), disse em seu perfil pessoal no Twitter que a Casa vai criar uma
comissão externa para acompanhar o problema das queimadas que atingem a
Amazônia. Além disso, o parlamentar informou que também vai realizar uma
comissão geral nos próximos dias para avaliar a situação e propor soluções ao
governo.
Nesta quinta-feira, ministro da Casa Civil, Onyx
Lorenzoni, afirmou que países europeus usam o discurso ambientalista como forma
de estabelecer barreiras à produção brasileira. "Nós não podemos ser
ingênuos. Os europeus usam questão do meio ambiente por duas razões: a primeira,
para confrontar os princípios capitalistas. Porque desde que caiu o Muro de
Berlim e fracassou a União Soviética, uma das vertentes para as quais a
esquerda europeia migrou foi a questão do meio ambiente. E a outra coisa, para
estabelecer barreiras ao crescimento e ao comércio brasileiro de bens e
serviços", comentou, após participar de um evento privado.
Bolsonaro sugere ação de ONGs
O presidente Jair Bolsonaro disse nessa
quarta-feira que o aumento de queimadas registrado nos últimos dias pode ser
resultado de ação criminosa. Para o chefe de Estado, elas podem ser uma reação à suspensão de repasses do governo
para organizações não governamentais (ONGs) e a verbas de
países para o Fundo Amazônia, projeto de cooperação internacional para
preservação da floresta. Os principais doadores do fundo, Alemanha e
Noruega, anunciaram a suspensão de seus repasses após a divulgação
das taxas de desmatamento na região.
Por AFP e
Correio do Povo
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