Tereza Cristina disse que produtos autorizados no
momento têm menos toxicidade e são melhores para o país
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse
que haverá cada vez mais aprovação de registros de defensivos agrícolas, o que
é necessário para o Brasil "entrar na modernidade". Depois de
polêmica criada após a liberação de novos defensivos, a ministra alegou que os
produtos autorizados atualmente têm menos toxicidade e são melhores para o país.
"A aprovação de mais produtos mostra mais
eficiência, são produtos menos tóxicos. Temos que continuar aprovando mais
produtos. Vocês vão ver cada vez mais acontecer registros, para entrarmos na
modernidade e termos produtos cada vez menos tóxicos", afirmou a ministra.
Tereza Cristina disse estar incomodada com as
notícias sobre o assunto e afirmou que é necessário tomar cuidado para não
"aterrorizar" os consumidores brasileiros e "muito menos"
os consumidores externos. "Ninguém está pondo veneno no prato de ninguém.
O consumidor brasileiro não está sendo impactado, a não ser pelo mau uso (de
defensivos)", completou.
A ministra chamou jornalistas para um café da
manhã com professores, especialistas e representantes de órgãos como a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para "nivelar a conversa"
sobre a liberação de defensivos e "não ter questionamentos lá fora".
"Nosso alimento é absolutamente seguro. É um desserviço o que estamos
fazendo, ajudando nossos concorrentes", disse.
Ela
admitiu, no entanto, citando uma das professoras presentes no encontro, que não
existe risco zero. "Problemas existem. Quem estava no World Trade Center
tinha toda segurança, alguém ia prever que aquela tragédia ia ocorrer?",
comparou, em referência ao ataque terrorista feito em 2001 em Nova Iorque.
Tereza Cristina disse ainda que um tema técnico
foi se transformado em "combustível para guerra política" no Brasil e
para a guerra comercial no exterior. "Há dados estapafúrdios sendo
utilizados sem credibilidade e que estão gerando insegurança para o nosso
consumidor", completou. Segundo a ministra, a repercussão de notícias pode
levar a questionamentos por outros países - o que ainda não ocorreu. "Não
é que vamos parar de vender, mas vamos ter questionamentos."
Decreto
Tereza Cristina disse ainda que o governo prepara
um decreto para aumentar o treinamento de agricultores no uso de defensivos
agrícolas. O secretário de Defesa Agropecuária da pasta, José Guilherme Leal,
afirmou que a ideia é que esses treinamentos sejam obrigatórios no futuro, mas
que haverá um período de transição. Já a ministra disse que a ideia central é
mobilizar entidades para oferecer treinamentos na ponta, como sindicatos rurais
e outros. "Vamos fazer campanha; tem que ir pro convencimento. No Brasil,
está cheio de lei que não pegou. Estamos pensando em maneiras de democratizar e
chegar até a ponta", afirmou.
Reavaliação
O diretor da Anvisa, Renato Porto, disse que a
agência lançará em breve uma nova metodologia para reavaliação de agrotóxicos
no Brasil. A ideia é estabelecer critérios para definir a ordem de análise,
priorizando produtos que podem ser mais tóxicos. "Vamos juntar tecnologias
para reduzir o padrão de toxicidade do Brasil", afirmou. Ele lembrou que,
entre 2006 e 2019, foram reavaliados 16 ingredientes, dos quais 12 foram
banidos.
Por AE
Correio do Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário