Risco de rompimento de segunda barragem leva a
Defesa Civil a suspender buscas | Foto: Douglas Magno / AFP / CP
O risco de rompimento de uma segunda barragem de
água levou a Defesa Civil de Minas Gerais a suspender as
buscas e evacuar as áreas atingidas pela lama e duas
comunidades ribeirinhas. A decisão foi tomada de madrugada. Agora, novas
equipes são esperadas, de acordo com equipes de resgate que trabalharam no
local. Elas vão trabalhar na contenção. Um grupamento do exército de Juiz de
Fora também é aguardado e deve assumir a tarefa de retirada dos corpos por
decisão do governo. Na região, fala-se em até 500 mortos.
A
estimativa é que mais de 1,5 mil pessoas tenham sido retiradas da área de
risco. Na faculdade ASA de Brumadinho, definida como posto de comando, parentes
de funcionários da Vale aguardam a divulgação das primeiras listas de mortos,
prometida para às 8h.
Os corpos estão sendo levados para um edifício
próximo à UPA DE Brumadinho. Na UPA, estão também alguns dos feridos O vendedor
Gledson Alves aguarda notícias do primo Ramon Jr. Pinto, desaparecido. Ele
próprio também teve que sair de casa porque há risco de que mais rejeitos
desçam pelo Rio Paraopeba, que passa atrás de sua residência. Segundo ele, os
rejeitos formaram uma barragem que impede a descida de água e mais lama, mas há
risco de rompimento.
"A polícia passou de madrugada com ônibus e
alto falantes pedindo para as pessoas saírem de casa, mas muita gente não quis
sair", conta. O desempregado Fernando NInes Araujo, irmão de Peterson
Ribeiro também aguarda informações. O irmão, contratado de uma terceirizada da
Vale, estava trabalhando justamente na área da represa. "Para piorar, a
prefeitura criou uma barreira que não deixa ninguém chegar perto",
reclama. "Até para chegar no posto de atendimento está difícil", diz.
ESTADÃO conteúdo
Correio
do Povo
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