Corpo de Bombeiros utiliza dois helicópteros
para retirar pessoas da lama
Foto: Divulgação / Corpo de Bombeiros / cp
O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais atende a um
rompimento na barragem Mina Feijão, no município de Brumadinho, na grande Belo
Horizonte. O acidente ocorreu no início da tarde e, devido a ele, muita lama
invadiu bairros da cidade. De acordo com a Defesa Civil, que estava a caminho
do local por volta das 14h, ainda não há informações sobre vítimas fatais ou
número de feridos. O Corpo de Bombeiros utiliza dois helicópteros para retirar
pessoas da lama.
A Vale manifestou-se por meio de nota oficial:
“As primeiras informações indicam que os rejeitos atingiram a área
administrativa da companhia e parte da comunidade da Vila Ferteco. Ainda não há
confirmação se há feridos no local. A Vale acionou o Corpo de Bombeiros e
ativou o seu Plano de Atendimento a Emergências para Barragens”, informa a
nota. “A prioridade total da Vale, neste momento, é preservar e proteger a vida
de empregados e de integrantes da comunidade.”
O governo de Minas Gerais já designou a formação
de um gabinete estratégico de crise para acompanhar de perto as ações, segundo
a Defesa Civil, que sobrevoa o local.
Nas redes sociais, já há diversos vídeos sobre o
incidente e suas primeiras consequências – como carros, caminhões, tratores e
até mesmo um trem virado pela força da lama vinda da barragem. Conforme a
reportagem da Record TV Minas Gerais, são diversos pontos da cidade atingidos.
A emissora também flagrou o resgate de vítimas que estavam quase totalmente
cobertas pela lama.
A região atingida pelo vazamento de lama Possui
fazendas e moradias rurais onde, pelas imagens, é possível ver que animais
também estão presos no barro. A Polícia Militar, em auxílio à Defesa Civil
municipal de Brumadinho, faz a retirada dos moradores ribeirinhos que vivem nas
margens do rio Paraopeba, atingidos pelos rejeitos da barragem do córrego.
Inhotim evacuado
O parque de Inhotim teve que ser evacuado às
pressas em meio aos temores de que a lama proveniente da ruptura da barragem
atingisse o local. O jardim e museu de arte contemporânea a céu aberto são as
maiores atrações turísticas da região, reunindo obras de arte dos mais
importantes artistas contemporâneos.
O local não havia sido ainda atingido, mas não se
sabe se a lama pode alcançar o parque. São 600 funcionários e cerca de mil
visitantes por dia. Mas não se sabe quantas pessoas estavam no parque no
horário do fechamento.
Novo rompimento
Este é o segundo grande rompimento de barragem em
Minas Gerais em pouco mais de três anos. Em novembro de 2015, uma barragem da
mineradora Samarco se rompeu liberando rejeitos de mineração no ambiente e
causou a morte de 19 pessoas. Além disso, comunidades foram destruídas e houve
poluição da bacia do Rio Doce e devastação de vegetação.
Passados três anos, a Justiça Federal ainda ouve
testemunhas no processo criminal que envolve a tragédia de Mariana. Entre os
réus estão o então presidente da mineradora Samarco, Ricardo Vescovi, e o então
diretor-geral de Operações da empresa, Kleber Terra. Também respondem pelo
crime 11 integrantes do conselho de administração da empresa, que são
representantes da Vale e da BHP Billiton. As duas mineradoras são acionistas da
Samarco.
Ao todo, 21 são réus pelos crimes de inundação,
desabamento, lesão corporal e homicídio com dolo eventual, que ocorre quando se
assume o risco de matar sem se importar com o resultado da conduta. Um 22º réu
responde por emissão de laudo enganoso. Trata-se de um engenheiro da empresa
VogBr que assinou documento garantindo a estabilidade da barragem que se
rompeu. A Samarco, a Vale, a BHP Billinton e a VogBR também são julgadas no
processo.
Correio do Povo
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