Oitivas acontecerão no Fórum de Três
Passos/Foto: Rodrigo Oliveira/Três Passos News
As oitivas dos quatro acusados da morte de Bernardo Uglione Boldrini foram agendadas pelo juiz de Direito Marcos
Luís Agostini para o dia 27 de maio. Os depoimentos
devem se iniciar às 9h30 no
Fórum da cidade de Três Passos.
A divulgação da data
ocorreu na manhã desta terça-feira, 5, pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande
do Sul. A promotora Silvia Jappe, promovida
para atuar na Promotoria Criminal de Santiago, permanecerá na Comarca de Três
Passos até o julgamento do caso.
Os réus Graciele
Ugulini, madrasta de Bernardo, Leandro Boldrini, pai do menino, e os irmãos
Edelvânia e Evandro Wirganovicz, amigos de Graciele,
respondem pela morte do menino ocorrida em abril de 2014. Saiba mais sobre os acusados da morte de Bernardo:
Graciele Ugulini, a Keli
Quem é: enfermeira, madrasta do menino Bernardo, 37 anos
Situação: Presa na Penitenciária
Feminina de Guaíba (RS)
Acusação: Homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver
Histórico: Descrita por testemunhas
como interesseira, queria “eliminar” o menino do núcleo familiar formado com o
marido e sua filha mais nova. Queria usufruir dos bens do médico e via no
garoto uma presença constante da mãe dele, Odilaine Uglione, morta em 2010
quando estava em processo de separação do pai de Bernardo. Enganou o enteado ao
dizer que o levaria para comprar uma TV e deu mais de uma dose do
tranquilizante midazolam, por comprimidos e injeção letal, para matar o menino.
Prometeu dinheiro para que uma amiga e seu irmão a ajudassem a enterrar o corpo de Bernardo. Planejou a morte.
Defesa: Afirma que não pretendia matar
o Bernardo, mas admite que deu uma dose excessiva de sedativo ao enteado. Após
verificar que ele estava sem pulso, resolveu enterrar o corpo com ajuda da
amiga Edelvânia. Nega que tenha sido um assassinato planejado. Diz que o marido
não tem envolvimento no caso
Leandro Boldrini
Quem é: médico,
pai de Bernardo, 39 anos
Situação: Preso no Presídio de Alta Segurança de Charqueadas (RS)
Acusação: Homicídio triplamente
qualificado, ocultação de cadáver e
falsidade ideológica
Histórico: Segundo a polícia, era um
pai omisso e idealizou a morte do filho com interesse em herança e por
dificuldades de convivência em casa. Depois do suposto sumiço do menino, teria
dissimulado uma busca pelo garoto. A polícia aponta gravações telefônicas,
registro de telefonemas supostamente forjados e a receita médica de seu
consultório, que foi usada para compra de midazolam, como provas de sua
participação. É tido como o mentor do crime.
Defesa: Admite que não dava atenção ao
filho por ser atarefado demais, mas alega ser inocente no crime. Argumenta que
o resultado da perícia oficial na receita médica que saiu de seu consultório
não conseguiu atestar que a assinatura era sua – o teste resultou
“inconclusivo”.
Edelvânia Wirganovicz
Quem é: assistente social, amiga da madrasta de Bernardo, 41 anos
Situação: Presa na Penitenciária Feminina de Guaíba (RS)
Acusação: Homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver
Histórico: Confessou o crime à polícia
e disse que estava presente quando a madrasta deu sedativos e matou o menino.
Ajudou a dar injeção em Bernardo, segundo o Ministério Público. Indicou aos
investigadores o local onde o corpo foi escondido. Pás usadas para escavar a
cova foram encontradas na sua casa. Recebeu cerca de 6.000 reais de Graciele
Ugulini em troca da ajuda para esconder o corpo de
Bernardo.
Defesa: Argumenta que agiu sob pressão
e ameaças de Graciele e que só confessou ter envolvimento na ocultação do
cadáver. Ela diz que não matou o garoto, embora estivesse presente na cena do
crime e tenha descrito os métodos.
Evandro Wirganovicz
Quem é: motorista, irmão de Edelvânia,
32 anos
Situação: preso no Presídio de Três Passos (RS)
Acusação: Homicídio triplamente
qualificado e ocultação de cadáver
Histórico: Segundo a polícia, Evandro
estava ciente que a amiga de sua irmã planejava matar Bernardo e auxiliou a
achar um local e cavar um buraco para enterrar o menino, também por causa da
recompensa financeira. Dias antes do crime, o carro dele foi visto estacionado
em frente ao terreno onde o corpo foi encontrado – o local fica próximo à casa
da mãe dele e de Edelvânia.
Defesa: Assim como sua irmã, diz que
não teve nenhuma participação no crime. Alega que costumava pescar nas margens
do Rio Mico, próximo ao qual o corpo de Bernardo foi encontrado.
Entenda o Caso Bernardo
Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos,
desapareceu no dia 4 de abril, em Três Passos. Dez dias depois, o corpo do
menino foi encontrado no interior de Frederico Westphalen, dentro de um saco
plástico, enterrado às margens de um rio. Foram presos o médico Leandro
Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini e uma terceira pessoa, identificada como
Edelvânia Wirganovicz. Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia, também foi
preso acusado de participar da ocultação do cadáver. Os quatro foram indiciados
e deverão ir a julgamento.
Fonte:
Três Passos News
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