Defesa de avó de Bernardo Boldrini reforça hipótese de
assassinato/Foto:
Reprodução
A defesa da família de
Odilaine Uglione descobriu
que R$ 55 mil foram sacados da conta da Clínica de Boldrini, da qual Odilaine
era sócia, na antevéspera da morte da mulher. Esses novos
indícios colocam em xeque a versão de suicídio para a morte da mãe de Bernardo
Boldrini. As informações são da Rádio Bandeirantes.
A retirada do dinheiro da conta de
pessoa jurídica foi feita em quatro saques no caixa, com valores de 10 e 15
mil, todos no dia 8 de fevereiro de 2010, quantias muito acima da média. Após
os saques, restaram apenas seiscentos reais na
conta. Os extratos foram
obtidos pelo advogado por meio de ordem judicial.
O advogado da família de Odilaine, Marlon Taborda, acredita que o dinheiro foi usado para
pagar pela ajuda de um comparsa ou para acobertar o assassinato da mulher. A
mãe do menino Bernardo foi encontrada morta no consultório de Leandro Boldrini
no dia 10. O casal estaria prestes a se separar.
A única testemunha, Andressa Wagner,
secretária do médico, é suspeita de ter escrito a carta de suicídio
supostamente deixada por Odilaine. Laudos de peritos independentes apontaram
que a carta foi forjada. As comparações das grafias foram entregues ao
Ministério Público no dia 30 de março, mas até agora não há indicativo sobre o
pedido de reabertura das investigações.
O Instituto Geral de Perícias faz
análises complementares na carta e o MP aguarda a conclusão para se manifestar.
À época, caso Leandro e Odilaine se divorciassem, o médico teria de pagar um
milhão e meio de reais de divisão de bens, além de oito
mil reais de pensão por mês. A
família acredita que houve motivação financeira.
Veja a íntegra da carta supostamente deixada pela mãe de Bernardo
Três Passos - 9 de fevereiro de 2010
Eu Odilaine Uglione, lúcida e
consciente dos meus atos venho por meio desta carta esclarecer os motivos que
me levaram a tomar esta atitude. Meu pai, faleceu, minha mãe tem diversas
doenças cardíacas graves que podem matá-la a qualquer momento; não tenho
irmãos. Sou sozinha. Casei com o Leandro com 21 anos, éramos pobres mesmo.
Levamos 10 anos para adquirir o que temos.
Na sexta-feira, dia 4/2, eu fiquei com
medo de dormir sozinha e fui dormir com meu marido no hospital onde ele fazia
plantão. Dormimos, namoramos, ele disse que me amava e me admirava e que nunca
iria me abandonar. No domingo eu lhe pedi que largasse o plantão, pois eu tinha
medo de dormir sozinha. Ele, então, pediu a separação. Perdi meu chão.
Depois de 11 anos vivendo
exclusivamente para minha família. Leandro, tu destruiu a minha família, meus
sonhos, minha vida. O que é uma pessoa sem família? Eu cresci sem pai e não
queria que meu filho passasse por isso... Já que me foi tirada minha família,
que eu tanto sonhei em construir... prefiro partir... do que ver meu filho nas
mãos de outras mulheres, meu amor em outros braços.
Sem minha família não fico.
Peço, Leandro, que cuide bem do nosso
filho, eu estarei sempre ao lado dele. Não precisas mais advogados pra ti ficar
com a casa, carro, moto como tu queria. Fique com tudo e faça bom proveito. Já
que isso é + importante que a família. Amo minha mãe sobretudo. Amo a Clarrisa
e sua família. Cuidem bem do Bê!!!
* Favor cuidar meus tão amados animais
até o fim da vida deles. Pois eles foram meus grandes companheiros. Fiquem com Deus.
Odilaine Uglione
09/02/2010
Entenda o Caso Odilaine
Conforme a polícia, Odilaine teria
cometido suicídio dentro do consultório do pai de Bernardo, Leandro Boldrini,
no dia 10 de fevereiro de 2010. No inquérito policial, consta que ela comprou
um revólver calibre 38 pouco antes de ir à clinica. Além disso, também há o
registro de um bilhete em que a secretária do médico, Andressa Wagner,
entregaria ao patrão, alertando sobre a chegada de Odilaine. O processo conta
com depoimentos de testemunhas que estavam na sala de espera no dia da morte e
com documentos referentes a uma possível divisão da pensão a ser paga após o
processo de separação do casal.
Já a defesa da família Uglione alega
que houve falhas na investigação da morte da mãe de Bernardo, entre as
principais, estão divergências quanto ao exato local da lesão no crânio de
Odilaine; existência de lesões no antebraço direito e lábio inferior da vítima;
lesões em Leandro Boldrini; vestígios de pólvora na mão esquerda da vítima, que
era destra; ausência de exame pericial em Boldrini, uma carta fraudada supostamente
deixada pela mãe de Bernardo e a própria morte do garoto, que configuraria um
fato novo.
Entenda o Caso Bernardo
Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos,
desapareceu no dia 4 de abril, em Três Passos. Dez dias depois, o corpo do
menino foi encontrado no interior de Frederico Westphalen, dentro de um saco
plástico, enterrado às margens de um rio. Foram presos o médico Leandro
Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini e uma terceira pessoa, identificada como
Edelvânia Wirganovicz. Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia, também foi
preso acusado de participar da ocultação do cadáver. Os quatro foram indiciados
e deverão ir a julgamento.
Fonte: Três Passos
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