Eduardo Leite assumiu o cargo nesta terça-feira
| Foto: Mauro Schaefer
Mais jovem governador eleito do país, Eduardo
Leite (PSDB) foi empossado em cerimônia na Assembleia Legislativa, na tarde
desta terça-feira. Ele assinou o termo de posse por volta das 16h10min,
assumindo oficialmente o Poder Executivo e projetando uma “nova equação
política visando o bem comum” ao longo de seu governo.
O tom conciliador marcou o discurso de quase meia
hora – e que foi interrompido por aplausos em apenas uma oportunidade.
“Queremos e vamos romper com velhos modelos, porque este novo momento exige
novas formas de fazer e construir”, disse. “Não podemos mais ficar parados no
tempo, porque nem sequer temos mais tempo”, complementou ele.
Leite fez acenos à oposição. “Estamos
desperdiçando há anos a força transformadora da união dos gaúchos. Chega de
criar raízes na discórdia, quando nós podemos fazer da convergência uma
alavanca de desenvolvimento para todos”, discursou ele, pedindo que se cheguem
ao que chamou de “consensos estratégicos” para o Estado.
“É hora de romper de vez com a polarização
inútil, com o confronto vazio e ideologização das pautas, como, se, por
exemplo, cultura fosse de esquerda e eficiência, de direita. Não são. Essas e
outras pautas são de Estado”, ressaltou. “Quero construir vitórias e coletivas
e não derrotas individuais.”
O governador citou que recebe o governo com
déficit bilionário previstos para o próximo exercício fiscal. “Nosso estado
atravessou as últimas décadas com déficits orçamentários em praticamente em
todos os anos”, disse. “A conta chegou e foi gerenciada ao limite por uma série
de improvisos e soluções extraordinárias para obtenção de recursos, combinadas
mais recentemente a atrasos a fornecedores e servidores públicos. O governo
gaúcho, como resultado, enfrenta uma das piores crises do país”, afirmou.
No entanto, destacou que não irá apenas focar na
economia. “É preciso mais que governar apenas o caixa do governo. Não vamos
ignorar a realidade, mas também não iremos nos render à ela”, disse ele, que
elencou três pilares de trabalho: gestão pública técnica, crescimento
responsável e desenvolvimento humano e social. “Ao contrário do que dizem por
aí, a social democracia não morreu. Ela estará presente no Rio Grande.”
Primeira reunião nesta quarta
Depois da cerimônia na Assembleia, ele dirigiu-se
ao Palácio Piratini, onde José Ivo Sartori transmitiu o cargo. O novo
governador, em seguida, deu posse aos novos secretários.
Nesta quarta, Leite comanda a primeira reunião do
primeiro escalão, onde irá divulgar as primeiras medidas emergenciais visando o
corte de despesas – ele assume com déficit de cerca de R$ 3 bilhões. “Vamos
afinar uma série de decretos emergenciais para controlar e reduzir as despesas
de pessoal e de custeio”, disse ele, indicando que reformas estruturantes devem
ser consolidadas nos primeiros 100 dias de governo.
Tiago Medina
Correio do Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário