Craque da Seleção mostrou expectativa por atuar
com o goleiro Buffon | Foto: Miguel Schincariol / AFP / CP
"Não queria ver bola na minha frente, não
queria ver futebol" disse o craque brasileiro Neymar em entrevista
exclusiva à AFP, neste sábado, sobre sua desilusão após a eliminação do Brasil
da Copa do Mundo da Rússia-2018. Neymar esclareceu que voltou aos holofotes
porque "a tristeza não pode durar mais para sempre". O jogador mais
caro da história estava em seu instituto em Praia Grande para prestigiar o
torneio Red Bull Neymar Jr's Five, e conversou acompanhado do filho Davi
Lucca, 6 anos.
O atacante do Paris Saint-Germain, que encerrou
especulações sobre possível saída do clube francês em leilão beneficiente na
quinta-feira, também demonstrou expectativas para a nova temporada no PSG sob
comando do técnico alemão Thomas Tuchel e com a companhia do lendário goleiro
italiano Gianluigi Buffon, recém contratado.
Qual foi o impacto da Copa do Mundo para você?
"É difícil responder essa pergunta, era um
sonho. Não só meu, mas de 23 atletas, fora a comissão e milhões de brasileiros.
Então a tristeza é muito grande, ninguém está mais triste do que eu e meus
companheiros, mas também é o aprendizado de ter disputado mais uma Copa do
Mundo e saber o quanto é difícil chegar ao seu sonho. Mas a gente tira uma
lição grande também de ter feito parte do grupo. Foi uma honra ter participado
de cada dia com aquele elenco".
Você chegou falar que era difícil reunir forças
após a eliminação. Você pensou em parar de jogar?
"Parar não, mas não queria ver bola na minha
frente, não queria ver futebol, porque queria me desligar um pouco de tudo.
Tive meus momentos de luto, de tristeza, de ficar eu só. Não queria ver mais
ninguém, mas a tristeza não pode durar mais para sempre porque tenho meu filho,
minha família, meus amigos que não gostam de me ver triste. Eu tenho muito mais
motivos para estar feliz do que triste".
Você sente que as críticas pegaram mais pesado em
quem sofria a falta do que quem fazia?
"(Risos) Isso é verdade, acho que é a
primeira pessoa que faz essa pergunta e pensa no raciocínio certo. Acho que pegaram
no pé de quem sofre a falta, e não de quem faz, porque quem faz passou ileso.
Não fui para a Copa do Mundo para ficar sofrendo falta, fui para ganhar. Meus
adversários obviamente que não iriam me deixar tranquilo, não iam me deixar
passar sem me tocar, sem fazer as faltas, porque eles sabem que se não fizerem
as faltas eu vou parar no gol. Acho que foi exagerado sim, mas já estou
acostumado com tudo isso, já estou bem grande, né, já sei lidar muito bem com
as criticas".
Existe muita pressão nos ombros do Neymar?
"Não, pressão é para tudo mundo que joga
futebol. Claro que existem dois pesos quando são relacionados ao meu nome, eu
sei disso. A responsabilidade que eu tenho, não só na seleção mas nos clubes
que eu joguei, sempre foi muito grande. Desde que tinha 17 anos, 18, quando fui
para a seleção, eu já sabia da cobrança que iria ter e me preparei para isso.
Sei muito bem que quando os resultados não vêm a crítica e a cobrança são
maiores".
Houve conversas com outros times?
"Não não, especulações só, da imprensa, quem
inventa essas histórias. Acho que tem de começar a perguntar para eles, que
parece que sabem mais do que eu da minha vida. Eu não posso ficar respondendo
essas perguntas porque não houve nada".
Quais as expectativas com o PSG na próxima
temporada?
"A expectativa é grande, recebemos uma lenda
do futebol, com toda sua experiência, tenho certeza de que vai nos ajudar muito
nesta temporada. Então fico muito feliz não só com ele, com o treinador também,
que é uma grande pessoa, um grande treinador, então juntos a gente espera poder
fazer um grande trabalho nesta temporada".
AFP
Correio do Povo
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