domingo, 22 de julho de 2018

Neymar admite frustração com a Copa: "Não queria ver bola na minha frente"

Craque da Seleção mostrou expectativa por atuar com o goleiro Buffon

Craque da Seleção mostrou expectativa por atuar com o goleiro Buffon | Foto: Miguel Schincariol / AFP / CP
   Craque da Seleção mostrou expectativa por atuar com o goleiro Buffon | Foto: Miguel Schincariol / AFP / CP

"Não queria ver bola na minha frente, não queria ver futebol" disse o craque brasileiro Neymar em entrevista exclusiva à AFP, neste sábado, sobre sua desilusão após a eliminação do Brasil da Copa do Mundo da Rússia-2018. Neymar esclareceu que voltou aos holofotes porque "a tristeza não pode durar mais para sempre". O jogador mais caro da história estava em seu instituto em Praia Grande para prestigiar o torneio Red Bull Neymar Jr's Five, e conversou  acompanhado do filho Davi Lucca, 6 anos.

O atacante do Paris Saint-Germain, que encerrou especulações sobre possível saída do clube francês em leilão beneficiente na quinta-feira, também demonstrou expectativas para a nova temporada no PSG sob comando do técnico alemão Thomas Tuchel e com a companhia do lendário goleiro italiano Gianluigi Buffon, recém contratado.

Qual foi o impacto da Copa do Mundo para você?

"É difícil responder essa pergunta, era um sonho. Não só meu, mas de 23 atletas, fora a comissão e milhões de brasileiros. Então a tristeza é muito grande, ninguém está mais triste do que eu e meus companheiros, mas também é o aprendizado de ter disputado mais uma Copa do Mundo e saber o quanto é difícil chegar ao seu sonho. Mas a gente tira uma lição grande também de ter feito parte do grupo. Foi uma honra ter participado de cada dia com aquele elenco".

Você chegou falar que era difícil reunir forças após a eliminação. Você pensou em parar de jogar?

"Parar não, mas não queria ver bola na minha frente, não queria ver futebol, porque queria me desligar um pouco de tudo. Tive meus momentos de luto, de tristeza, de ficar eu só. Não queria ver mais ninguém, mas a tristeza não pode durar mais para sempre porque tenho meu filho, minha família, meus amigos que não gostam de me ver triste. Eu tenho muito mais motivos para estar feliz do que triste".

Você sente que as críticas pegaram mais pesado em quem sofria a falta do que quem fazia?

"(Risos) Isso é verdade, acho que é a primeira pessoa que faz essa pergunta e pensa no raciocínio certo. Acho que pegaram no pé de quem sofre a falta, e não de quem faz, porque quem faz passou ileso. Não fui para a Copa do Mundo para ficar sofrendo falta, fui para ganhar. Meus adversários obviamente que não iriam me deixar tranquilo, não iam me deixar passar sem me tocar, sem fazer as faltas, porque eles sabem que se não fizerem as faltas eu vou parar no gol. Acho que foi exagerado sim, mas já estou acostumado com tudo isso, já estou bem grande, né, já sei lidar muito bem com as criticas".

Existe muita pressão nos ombros do Neymar?

"Não, pressão é para tudo mundo que joga futebol. Claro que existem dois pesos quando são relacionados ao meu nome, eu sei disso. A responsabilidade que eu tenho, não só na seleção mas nos clubes que eu joguei, sempre foi muito grande. Desde que tinha 17 anos, 18, quando fui para a seleção, eu já sabia da cobrança que iria ter e me preparei para isso. Sei muito bem que quando os resultados não vêm a crítica e a cobrança são maiores".

Houve conversas com outros times?

"Não não, especulações só, da imprensa, quem inventa essas histórias. Acho que tem de começar a perguntar para eles, que parece que sabem mais do que eu da minha vida. Eu não posso ficar respondendo essas perguntas porque não houve nada".

Quais as expectativas com o PSG na próxima temporada?

"A expectativa é grande, recebemos uma lenda do futebol, com toda sua experiência, tenho certeza de que vai nos ajudar muito nesta temporada. Então fico muito feliz não só com ele, com o treinador também, que é uma grande pessoa, um grande treinador, então juntos a gente espera poder fazer um grande trabalho nesta temporada".


AFP
Correio do Povo

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