Ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun
| Foto: Wilson Dias / Agência Brasil / CP Memória
O ministro da Secretaria de Governo, Carlos
Marun, propôs neste domingo em mensagem a um grupo de parlamentares, que o MDB
e o pré-candidato do partido à Presidência da República, o ex-ministro da
Fazenda Henrique Meirelles, defendam uma forma de "leniência" ao
caixa 2 praticado em eleições passadas e a fixação de mandato para ministros do
Supremo Tribunal Federal (STF).
Marun sugeriu a criação de uma corte
constitucional para "dirimir conflitos" entre o STF e a Constituição,
um conselho superior para controle externo das polícias e avançou sobre a área
social, ao recomendar o fim da gratuidade total aos pacientes no Sistema Único
de Saúde (SUS). "Vamos desburocratizar as eleições, mas punir realmente o
uso de dinheiro ilegal nos pleitos. Podemos propor uma forma de leniência para
o caixa dois já praticado e o criminalizarmos para o futuro", escreveu o
ministro, que é citado na Operação
Registro Espúrio, suspeito de
interferir em registro de sindicatos no Ministério do Trabalho.
"Vamos propor mandatos para o STF, revogar a
Lei da Bengala, votar a Lei do Abuso de Autoridade, e criar uma Corte
Constitucional que possa dirimir conflitos entre as decisões do STF e a
Constituição Federal. Vamos propor um Conselho Superior para as Polícias, para
que não prospere o Estado Policialesco e as ações dos maus policiais tenha
controle externo."
A anistia ao caixa 2 e o limite ao mandato de
ministros do Supremo foram discutidas na reforma política, que tramitou no
Congresso Nacional, no ano passado, mas repercutiram mal e não avançaram. As
ideias do ministro foram publicadas num grupo de WhatsApp de parlamentares do
MDB e de Meirelles.
O ministro confirmou ao jornal O Estado de São Paulo a autoria da mensagem, mas não detalhou as propostas.
"Opinião pessoal para discussão enviada ao grupo de deputados do MDB e ao
candidato. Não me aprofundei nos detalhes. Quero provocar a discussão de todos
os itens propostos."
Procurado, o ex-ministro da Fazenda disse que não
havia lido as propostas de Marun encaminhadas a ele pelo jornal. "Não li
ainda", afirmou Meirelles.
Adversários
No texto, Marun diz aos deputados que, caso
Meirelles não vença a eleição, "pelo menos teremos o orgulho de não termos
participado da eleição a passeio". Marun critica na mensagem dois
potenciais adversários de Meirelles na disputa pela sucessão do presidente
Michel Temer, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) e o
ex-ministro da Fazenda Ciro Gomes (PDT), a quem chama de "débil
mental". "A atitude de Alckmin nas denúncias (contra Temer) o torna
não merecedor do nosso apoio. Ajudamos a sua candidatura é verdade, ao vetarmos
o apoio do Centrão ao débil mental do Ciro Gomes. Este apoio foi para os
tucanos, mas isto não é de todo ruim. Sabemos que a tucanidade de Alckmin não o
faz o candidato para o agora", escreveu Marun.
ESTADÃO
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Correio do Povo
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