Documento não registra número de disparos,
calibre ou tipo de arma utilizada
Foto: Facebook / Divulgação / CP Memória
O laudo oficial da morte da brasileira
Raynéia Gabrielle de Lima, divulgado pelo Instituto Médico Legal na Nicarágua
nesta quinta-feira, confirma que a estudante morreu em decorrência de
ferimentos a bala no tórax e abdomen, mas omite informações sobre o calibre da
munição utilizada, o tipo da arma e o número de disparos. Na quarta-feira, um
médico que atendeu Rayneia informou que o tipo de ferimento indicava uso de
arma de alto calibre. BULLET - "Polícia nega"
As informações não registradas no laudo oficial
são parte importante das investigações sobre as circunstâncias
da morte de Raynéia, cujas versões estão em disputa pelos grupos
pró e contra o governo de Daniel Ortega. O governo da Nicarágua afirma que a
estudante brasileira foi morta por um vigilante noturno, o que indicaria o uso
de uma arma de baixo calibre, como uma pistola.
Já os relatos de testemunhas indicam que um grupo
de homens encapuzados teriam cercado o carro e disparado diversas vezes. No
momento do anúncio da morte de Raynéia, Ernesto Medina, reitor da universidade
onde ela estudava, afirmou que a brasileira tinha sido executada por
paramilitares.
Em entrevista ao jornal La Prensa, o advogado do
Cenidh (Centro Nicaraguense de Direitos Humanos), Gonzalo Carrión, questionou a atuação da polícia. "A instituição deixou de ser profissional há muito
tempo. Não se pode ter certeza sobre seus comunicados", disse.
Carro desaparecido
Outro elemento importante das investigações é o
carro onde Raynéia estava quando foi atacada. No entanto, até o momento, não há
notícias do paradeiro do veículo. Os pais do namorado da brasileira relataram
aos jornais locais que chegaram ao local do ataque pouco depois de serem
avisados pelo filho, mas o veículo já tinha desaparecido.
Enterro no Brasil
O laudo do IML também registra que o corpo está a
disposição das autoridades da Embaixada do Brasil. Uma funcionária administrativa
da embaixada já teria consultado o instituto para resolver os trâmites de
traslado do corpo para Pernambuco.
Na quarta-feira, em entrevista à Rádio Nacional
de Brasília, a mãe de Raynéia, Maria José da Costa, diz que espera poder
enterrar a filha em sua terra natal. “Eu quero que ela volte o mais rápido
possível para Pernambuco, para ter o enterro que merece”, disse a mãe.
Cristina Charão / R7
Correio do Povo
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