Equipe durante os trabalhos em Sapiranga
O
Ministério Público de Sapiranga pediu a interdição e o completo encerramento
das atividades em todas as unidades da Associação Terapêutica Ferrabraz,
instituição de tratamento para dependência em drogas e álcool.
Em
operação realizada nesta segunda-feira, 30, pelo MP, por meio dos promotores
Michael Flach e Sérgio Cunha de Aguiar Filho e com o apoio da Polícia Civil,
Brigada Militar, Corpo de Bombeiros, profissionais da Saúde e Assistência
Social do Município e a assistente social do Gabinete de Assessoramento Técnico
do MP, Beatriz Fortes Rey, foram encontradas inúmeras irregularidades nas três
casas ocupadas pela Associação, como falta de atendimento médico e psicológico,
péssimas condições de higiene, medicamentos vencidos e sem receitas.
Ao
todo, 12 pessoas foram presas, incluindo o coordenador terapêutico, Darlon
Carvalho Rodrigues, e sua mãe, Nelci Carvalho Rodrigues, atual presidente da
entidade, e mais nove monitores. Outra pessoa, responsável por ceder veículo
para a retirada de um interno em uma das unidades da Associação Terapêutica
Ferrabraz no momento da abordagem da ação também foi presa.
Os mais
de 50 pacientes que estavam internados nos locais ainda relataram que vivem sob
cárcere privado; sofrem torturas como surras e choques; que são impedidos de
contar aos familiares sobre a situação a que são submetidos, sob ameaças dos
proprietários; que são obrigados a repassar seus cartões e senhas para
retiradas de benefícios; alguns foram obrigados a fazer empréstimos e, por fim,
há denúncia de que eram coagidos a cometerem roubos e furtos a mando de Darlon
Carvalho Rodrigues.
Dois
dos pacientes foram recolhidos para atendimento médico pela equipe de saúde do
município: um com problemas psiquiátricos e outro acamado, desnutrido e com
escaras.
O
Município de Sapiranga está providenciando abrigo para os demais pacientes em
outros estabelecimentos de recuperação de drogados existentes no município.
Por
fim, há a denúncia de que funcionários da Ferrabraz compõem um grupo de
“resgate e remoção”, que, de modo violento, busca pacientes fugitivos ou a
pedido da família dos dependentes químicos.
A
operação foi realizada em conjunto pela Promotoria Criminal e Especializada de
Sapiranga e desencadeada após o ajuizamento de ação civil de execução de Termo
de Ajustamento não cumprido, em cujo processo não estava demonstrando que a
entidade operava de acordo com as determinações legais, além dos indícios de
várias irregularidades.
Fonte:
Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul
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