terça-feira, 24 de julho de 2018

Estudante brasileira é morta a tiros na Nicarágua

País vive onda de violentos protestos desde abril

Estudante brasileira é morta a tiros na Nicarágua  | Foto: Reprodução / Facebook / CP
   Estudante brasileira é morta a tiros na Nicarágua | Foto: Reprodução / Facebook / CP

A estudante brasileira Raynéia Gabrielle Lima morreu nesta terça-feira na Nicarágua atingida por balas supostamente disparadas por paramilitares em meio à onda de violência que atinge o país e que deixou quase 300 mortos em três meses. Raynéia, 32 anos, cursava o último ano de Medicina e foi baleada quando dirigia para sua casa no sudoeste de Manágua por volta de meia-noite, informou à AFP o reitor da Universidade Americana (UAM), Ernesto Medina.

O crime aconteceu no complexo residencial Lomas de Monserrat, onde, segundo, testemunhas paramilitares atiraram contra seu carro. A estudante foi levada pelo namorado para o hospital, mas os "ferimentos eram fatais" e ela faleceu nas primeiras horas da manhã, indicou Medina. Uma bala perfurou o fígado e a jovem morreu quando era atendida no Hospital Militar em Manágua, de acordo com informações do canal 100% Noticias. Raynéia, que morava há seis anos na Nicarágua, nasceu em Pernambuco e fazia estágio no hospital da polícia Roberto Huembes, indicou Medina, que era um de seus professores na UAM.

A Nicarágua vive uma onda de protestos desde o dia 18 de abril, quando a população rejeitou uma proposta de reforma da previdência que depois foi abandonada pelo governo. As autoridades do Brasil já notificaram o governo de Daniel Ortega sobre o caso e pediram explicações. A embaixadora nicaraguense em Brasília também deve ser convocada pelo governo, segundo a diplomata - até o momento as autoridades da Nicarágua não se pronunciaram.

Ainda não está claro se Raynéia tinha parentes em Manágua. Também não há prazo para que o corpo da estudante seja liberado pelas autoridades e possa ser trazido para o Brasil, já que isso depende dos trâmites legais do IML local.

Pai de brasileira morta na Nicarágua ainda não tem informações sobre o caso

O pai da estudante Raynéia Gabrielle Lima, Ridevando Pereira, contou que soube da morte de sua filha por meio de uma ligação da Embaixada brasileira em Manágua. Estudante universitária, a brasileira foi morta a tiros na noite desta segunda-feira 23 em Manágua, capital da Nicarágua.

Segundo ele, a família tem poucas informações e ainda não sabe sob quais circunstâncias Raynéia morreu. "Estamos em contato com a embaixada para saber alguma coisa", disse.

Raynéia, de 30 anos, era estudante de Medicina na Universidade Americana de Manágua (UAM). Ela estava perto de se formar e já fazia residência, segundo o pai. A jovem morava sozinha na Nicarágua há cinco anos e suas aulas na universidade estavam suspensas.

As autoridades brasileiras já notificaram o governo de Daniel Ortega sobre o caso e pediram explicações. A embaixadora nicaraguense em Brasília também deve ser convocada pelo governo, segundo uma diplomata brasileira em Manágua ouvida pela reportagem. Até a publicação esta reportagem, as autoridades da Nicarágua não haviam se pronunciado.


ESTADÃO conteúdo
Correio do Povo

Nenhum comentário:

Postar um comentário