Temporal deixa rastro de destruição na Região Central

Santa Maria, São Vicente do Sul e Dilermando de Aguiar foram as cidades mais atingidas

   Foto:  Claudio Vaz  /  Agência RBS

Um rastro de destruição ficou no caminho do temporal que chegou à Região Central na metade da manhã desta quarta-feira. Telhados inteiros foram levados pelo vento, árvores foram arrancadas e trancaram estradas e a BR-158, em Santa Maria, moradores ficaram sem energia elétrica e desabrigados e aulas foram canceladas em escolas atingidas por galhos e árvores. Uma pessoa teria perdido a vida em decorrência do vendaval em São Vicente do Sul.

O agricultor Francisco Keller Rumpel estava em casa, em São Vicente do Sul, com a mulher, na hora do temporal. Com a queda de uma árvore, parte da cozinha desabou. Assustado, o casal correu para a residência de um vizinho. Rumpel, que sofria de problemas cardíacos, sentiu-se mal e foi levado para o hospital do município, mas não resistiu e acabou morrendo.

As principais cidades atingidas foram Santa Maria, São Vicente do Sul e Dilermando de Aguiar. Há registros de estragos menores em Santiago, São Sepé, São Pedro do Sul, Rosário do Sul e São Gabriel.

Santa Maria:

— Foi uma das cidades mais atingidas pelo vento que chegou a 83 km/h às 10h35min, pico do temporal

— Telhados de casas foram levados pelo vento nos bairros Lorenzi, Parque Pinheiro Machado, Passo das Tropas e nos distritos São Valentin, Santa Flora e Passo do Verde.

— Na BR-158, rodovia que liga Santa Maria a Rosário do Sul, árvores trancaram parte da pista, e só o acostamento está liberado

— Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a BR 392, rodovia que liga Santa Maria à São Sepé esteve interditada durante parte da manhã e início da tarde. Cerca de 10 quilômetros estiveram com árvores caídas. O trânsito ficou interrompido, mas já está liberado 

— Há sinaleiras estragadas em toda a cidade

São Vicente do Sul:

— A cidade está completamente sem luz

— A zona sul do município foi uma das mais atingidas

— Na Vila Fernando Paim, uma das mais prejudicadas, diversas casas foram destelhadas e árvores foram arrancadas pela raiz devido a força do vendaval

— Postes da região central do município foram derrubados

Dilermando de Aguiar:

— Duas escolas foram atingidas pelo vento e cancelaram as aulas

— Nas localidade de Picada do Gama e Alto da Palmeira, casas e galpões foram destelhados

— Nestes locais, a comunidade já usava tratores e moto serras para desobstruir as estradas de acesso ao interior do município, próximo da BR-158

Acompanhe os depoimentos de quem viu o temporal de perto:

— A ventania começou por volta das 10h30min. A Escola José Paim de Oliveira, no distrito de São Valentim, teve de suspender as aulas porque telhas voaram e galhos de árvores atingiram as janelas. Uma árvore caiu em frente a escola, interrompendo o trânsito no distrito. A prefeitura de Santa Maria fazia o corte da árvore. Ninguém ficou ferido. Em direção a rodovia, os estragos eram maiores. Diversas placas de trânsito da estrada ficaram tortas ou mesmo caíram, assim como placas de propaganda feitas de concreto foram destruídas. Casas tiveram a entrada obstruída pela queda de árvores. Pelo menos quatro casas e galpões tiveram o telhado inteiro arrancado, parando nos fundos dos pátios. Galhos de árvores ainda seguem pista, e exigem atenção dos motoristas. Próximo ao km 349 da BR-158, uma árvore interrompe o trânsito, fazendo com que os motoristas tenham de usar o acostamento à esquerda em direção Santa Maria-Rosário do Sul. — equipe do Diário que esteve no local

— Foi um temporal muito feio. A cidade está sem energia elétrica. A zona sul do município foi uma das mais atingidas com diversas casas destelhadas. Todos os postes do Centro da cidade caíram com a força do vento. Equipes da AES Sul trabalham para avaliar e reparar os danos causados pela força do vendaval. Além disso, uma força-tarefa da prefeitura já cadastra as pessoas que tiveram casas atingidas para que recebam lonas — assessor de imprensa da prefeitura de São Vicente do Sul, João Alberto de Miranda

— O pessoal estava todo trancado dentro de casa apavorado e sem poder fazer nada. Ficamos apenas assistindo as residências sendo destelhadas. Foi um vento muito forte mesmo — Zicomar Machado, morador da Vila Lorenzi, um dos locais mais atingidos em Santa Maria

— Caiu uma árvore em cima da casa do meu pai. Os fios de energia elétrica estão arrebentados. Aqui, próximo à Escola João da Maia Braga, está tudo destruído — moradora do bairro passo das Tropas, zona sul de Santa Maria

Fonte: DIÁRIO DE SANTA MARIA

29/05/2013 14h20min