sexta-feira, 31 de maio de 2013

"Dei o tapa porque ele estava sorrindo", afirma mãe de vítima que esbofeteou advogado de sócio da Kiss


Carina Correa, mãe de Thanise Correa Garcia, diz que agiu com emoção


Carina Correa, mãe de Thanise Correa Garcia — uma das vítimas do incêndio na boate Kiss — afirma que não dorme direito desde 27 de janeiro, data da tragédia que ceifou 242 vidas.

— Estou à base de tranquilizantes, fazendo tratamento psiquiátrico. Nada me devolve o sorriso desde a morte da minha filha — desabafa a nutricionista Carina, que reside em Santa Maria.

Carina ganhou notoriedade, em meio a tantos pais de vítimas da Kiss, porque na quarta-feira deu um tapa no rosto de Jader Marques, advogado de um dos proprietários da danceteria, Kiko Spohr. Tanto familiares de mortos no incêndio como defensores dos réus tinham acabado de assistir à sessão do Tribunal de Justiça que determinou a soltura dos quatro acusados presos: Kiko, seu sócio Mauro Hoffmann e dois músicos da banda Gurizada Fandangueira, que tocava na boate e acendeu um artefato que provocou o fogo na boate.

Jader diz que vai processar criminalmente Carina pela agressão. Nesta entrevista, concedida por telefone a Zero Hora, Carina diz: "agi com emoção, porque o advogado estava sorrindo". Confira:

Zero Hora — A senhora está ciente que o advogado Jader Marques anunciou que vai lhe processar?

Carina Correa —
 Estou ciente, vi ele na TV. Ele que processe, vou me defender. Não tenho de bater boca com esse sujeito. Estou à base de remédio, não durmo direito, sob tratamento psiquiátrico. Minha filha fazia Filosofia na Unifra, uma rica duma guria... Ela morreu asfixiada, na noite do incêndio. Quem aguenta isso? Ainda bem que tenho outra filha, mas não me conformo em ver quatro bandidos serem soltos. Tinham de pagar. Os juízes não poderiam fazer isso.

ZH — Por que a senhora deu o tapa no advogado?

Carina — Não faria isso racionalmente, mas estou sob grande estresse. Esse Jader parece que atua num circo, está sempre rindo, debochando, ironizando... Ele estava pedindo alguma atitude. Na saída da sessão estávamos sob choque, nós, familiares. Aí ele passa ao lado dos parentes das vítimas, depois de passar toda a sessão sorrindo. Não consegui aguentar. Se o Jader tivesse respeito, deixaria a gente sair antes. Agi com meu instinto de mãe.

Fonte: ZERO HORA

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