A Delegacia de Proteção à Criança e ao
Adolescente de Canoas vai instaurar inquérito policial para apurar as
circunstâncias da morte e eventual crime de homicídio culposo de um bebê de
três meses e 13 dias após ter recebido dose da vacina Palivizumabe no Hospital
Universitário (HU). O fato aconteceu no último dia 5 de julho, quando a mãe do
menino, a dona de casa Gabriele Dornelles Pinto, 17 anos, levou a criança para
tomar a primeira dose do medicamento. O delegado Pablo Queiroz da Rocha
informou que vai verificar tanto a conduta médica, quanto a dos pais.
“Pode ter ocorrido um suposto erro medicamentoso,
ou uma negligência no tratamento pós-vacina. Ainda é muito cedo para fazer
qualquer afirmação, mas nada será descartado.” Segundo ele, o laudo pericial
que vai apontar a causa da morte é fundamental para dar seguimento às
investigações. A Prefeitura de Canoas também monitora o caso. Uma apuração está
sendo realizada pela Vigilância em Saúde, órgão vinculado à Secretaria
Municipal de Saúde, para averiguar as circunstâncias do óbito. A investigação é
obrigatória em mortes que envolvam crianças menores de 1 ano.
Guilherme foi o seu primeiro filho de Gabriele,
nasceu de 28 semanas no dia 23 de março e permaneceu na UTI Neonatal por 52
dias. “Ele nasceu com 1,8 quilo e 36 centímetros. Lutou muito para sobreviver.
Ele estava bem até o dia da vacina. Depois que tomou a dose, não reagiu mais.
Dormiu e não acordou. Quando chegamos em casa percebi que algo estava errado.
Fomos para a UPA. Lá, fui informada que meu filho já estava em óbito",
conta a mãe. Ela afirma querer justiça e que os culpados sejam
responsabilizados "para que outras mães não passem pelo mesmo".
O Grupo de Apoio à Medicina Preventiva e à Saúde
Pública (Gamp), que gerencia o HU, informa que a criança nasceu prematura e
recebeu acompanhamento da equipe médica, conforme protocolo do Ministério da
Saúde. Após a alta, continuou sendo acompanhada pelos profissionais do HU. Ao
retornar para consulta no ambulatório, passou por avaliação com a pediatria,
que, devido às boas condições de saúde do bebê, prescreveu a aplicação da
vacina Palivizumabe, indicada para aumentar a proteção de crianças contra a
infecção pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR). O grupo se disse à disposição
da Secretaria de Saúde para prestar esclarecimentos sobre o atendimento.
Fernanda Bassôa
Correio do Povo
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