Dois homens
armados invadiram a casa de um comerciante, em Guararapes
Irmãs combinaram o crime em detalhes com os
executores usando o aplicativo WhatsApp
Foto: Yasuyoshi Chiba / AFP / CP
Dois
homens armados invadiram a casa de um comerciante, em Guararapes, interior de
São Paulo, fizeram ele e as três filhas reféns, agrediram o homem com
coronhadas e fugiram levando R$ 18,5 mil em dinheiro, três armas e R$ 40 mil em
joias da família. Pai e filhas foram deixados amarrados. O esclarecimento do
assalto, realizado no dia 27 de março, chocou os moradores da cidade. A polícia
descobriu que o crime foi planejado pelas duas filhas mais velhas do próprio
comerciante. Elas combinaram o crime em detalhes com os executores usando o
aplicativo WhatsApp de seus celulares.
A filha
de 21 anos, planejou o crime durante 40 dias e acabou envolvendo a irmã, de 17
anos. Apenas a filha caçula, de 14 anos, de nada sabia. A mentora alegou que o
pai havia retirado R$ 200 mil de sua conta poupança.
A polícia
descobriu a trama após ter acesso às mensagens gravadas no celular da jovem.
Ela criou e administrava o grupo pelo qual, com a ajuda de um amigo estudante
de Direito, fez contato com os criminosos. A filha chegou a mandar a planta da
casa para os assaltantes e fotos do cofre onde estavam o dinheiro e as joias.
Também se incumbiu de dopar os cães para facilitar a entrada do trio.
As
mensagens trocadas pela filha com os criminosos estarreceram o delegado
Alessander Dias Lopes, que investigou o caso. Numa delas, a jovem avisa os
bandidos que o pai tem uma arma.
"O
lance é surpreender ele", recomenda. "Se ele atira você atira
também", escreveu. Em outra mensagem, a filha afirma que o pai está
"com rolo com a justiça", por isso deixaria o dinheiro em casa, e não
numa conta bancária.
A filha
também pede aos criminosos que sejam duros com ela e as irmãs e agridam o pai
para dar veracidade à ação. "A gente tem que considerar vocês entrarem com
eles aqui", avisou.
O
esclarecimento do caso foi anunciado numa entrevista coletiva, na sexta-feira,
29, com a participação do delegado seccional de Araçatuba, Mauro Gabriel. A
polícia desconfiou do envolvimento de alguém da casa porque, além do pai, só as
filhas sabiam da existência de um fundo falso num armário, onde eram guardadas
as armas e as joias. Além dos dois executores e da jovem, a polícia prendeu
dois suspeitos da receptação do material roubado.
Parte das
joias e as armas foram recuperadas. O dinheiro deveria ser dividido com as duas
irmãs, mas os assaltantes ficaram com todo o valor. O comerciante negou que
tivesse ficado com o dinheiro da filha, mas admitiu que tinha um relacionamento
"tumultuado" com ela. Os nomes não foram divulgados para preservar as
menores - vítima e coautora.
ESTADÃO
conteúdo
Correio
do Povo
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