Na manhã desta sexta-feira, 29, o presidente do Hospital de
Caridade de Três Passos, Ademir Dreier concedeu entrevista à Rádio Alto
Uruguai, e esclareceu várias dúvidas referente ao pedido de demissão que foi
encaminhado pelos médicos da UTI logo no início da semana.
A carta de demissão contem cinco alegações para essa decisão,
ausência de contrato legal de prestação de serviço; falha na elaboração dos
contratos após inúmeras reuniões; ausência de reajuste salarial conforme
índices de reposição inflacionária (último reajuste em janeiro de 2014); atraso
nos pagamentos dos vencimentos (quatro parcelas da negociação dos vencimentos
de abril e maio de 2015, e janeiro, fevereiro e março de 2016); além de
considerar que o trabalho dos profissionais é presencial, 24 horas diárias, já
que os médicos rotineiros estão em horário comercial; e considerando a
incerteza e falta de perspectiva da regularização dos pagamentos dos
vencimentos em atraso.
Segundo o presidente do hospital, está sendo buscada a solução
para a situação salarial junto aos médicos, ele cita que o hospital passa por
dificuldades a vários anos já e que existe credito para receber junto a União
no valor de R$ 1.170.000,00.
Ademir destaca como forma de tranqüilizar a comunidade, que a UTI
está funcionando de forma normal e só restam paralisados os atendimentos
eletivos sem urgência.
Segundo Dreier o hospital sofre com o aumento dos contratos
e serviços que passam de 9 milhões. Ele acredita que se o Estado pagar o que
deve, em poucos meses o hospital fica em dia com a situação dos atrasos nos
salários dos médicos e a folha salarial dos funcionários.
Outro ponto destacado na entrevista foi o fato de a Amuceleiro
estar prestando todo o apoio aos hospitais da região que assim como Três Passos
estão passando por dificuldades, são eles hospital de Crissiumal, Tenente
Portela e Santo Augusto.
Dia 09 de maio está marcado uma mobilização por parte da
Amuceleiro junto ao Governo do Estado, buscando pressionar o repasse das
pendências para os hospitais.
Sobre os desvios de dinheiro que ocorreram a mais de cinco anos,
Ademir Dreier destaca que “se esse dinheiro não tivesse saído, o hospital não
estaria nessa situação”. Ele diz que não tem acesso ao andamento do processo e
diz que falta pressão da comunidade junto ao MP para que o andamento do
processo siga de forma acelerada.
Segundo o presidente “esse processo fraudulento onde o hospital é
vitima, dificulta o andamento de negociações junto a instituições financeiras”.
O hospital nesse momento está sem administrador e espera a
entrada de recursos por parte do Governo do Estado para que haja o imediato
repasse para os médicos, para regularizar a situação da UTI. E assim poder
focar também em uma reforma administrativa que deve ocorrer dentro do hospital.
Fonte: Rádio Alto Uruguai
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