quinta-feira, 28 de abril de 2016

Três Passos: Direção e Corpo Clínico do Hospital de Caridade detalham situação financeira e atividades paralisadas



Na manhã desta quinta-feira (28), a direção do Hospital de Caridade de Três Passos juntamente com o corpo clínico, falaram a imprensa sobre a situação da casa hospitalar, esclarecendo sobre as atividades paralisadas e a situação financeira. Os atendimentos eletivos, que foram suspensos na semana passada e seguem não sendo realizados. Apenas urgências e emergências são atendidas.

O presidente da entidade, Ademir Dreier, destacou que o Hospital de Caridade tem valores a receber do Estado referente aos incentivos hospitalares correspondentes aos meses de janeiro, fevereiro e março de 2016, mais valores do SAMU Federal correspondente aos meses de janeiro a março de 2016 e SAMU Estadual referentes aos meses de outubro a dezembro de 2014, outubro a dezembro de 2015 e janeiro a março de 2016, o que totaliza o valor de R$ 1.670.925,77 de passivo.

“A situação, ela se agrava devido a falta de repasses do governo do estado, que desde outubro de 2014 vem fracionando os pagamentos, e com essa forma de fracionamento você acaba tendo prejuízos de fluxo de caixa”. Destaca Dreier.

Em função da falta desses repasses, há um atraso desde o ano passado com o corpo clínico, e por isso se fez um acordo com os médicos. Mas do valor em atrasado do ano de 2015, mesmo com os valores parcelados em dez vezes, quatro parcelas com os profissionais estão em atraso. Juntamente com valores referentes aos meses de Janeiro, fevereiro e março deste ano.

O coordenador do corpo clínico, médico Silvio Neto, lembrou que os atrasos nos pagamentos acontecem desde 2014, e que ano passado inclusive também houve uma paralisação dos serviços, e que com essa negociação, os serviços foram retomados. Em virtude das dificuldades que o hospital vem enfrentando na semana passada se tomou a mesma decisão, as partes juntamente com o Simers (Sindicato Médico do Rio Grande do Sul) já haviam se reunido a cerca de um mês atrás para debater e encontrar soluções, mas como não houve avanço, decidiu-se pela paralisação dos atendimentos ambulatoriais, mas continuando com os atendimentos de urgência e emergência.
 
“A gente entende a situação do hospital, a falta dos repasses, mas como corpo clínico, a gente sem receber, sendo que este ano não recebemos nada de honorários desde janeiro, a atitude a se tomar é essa, pois a gente não tem como trabalhar, nessa forma que já estávamos segurando as pontas a muito tempo, e agora alguns setores optaram por pedir demissão”, salienta o médico Sílvio Neto.
 
Na segunda-feira (25), os cinco médicos plantonistas e de rotina da UTI entregaram uma carta de demissão à direção do hospital. Uma das principais motivações para a tomada de decisão coletiva é o atraso no pagamento de repasses financeiros referentes a períodos de 2015 e 2016. Os médicos anunciaram formalmente o cancelamento dos contratos de trabalho verbais, com total suspensão dos serviços prestados em um prazo de trinta dias. Cinco profissionais assinaram o documento: Danilo Antonio Cerutti, Saulo Vidal Sales, Joey Webers, Karine Rücker e Rafael Wayss.

O coordenador técnico da UTI do hospital, médico Danilo Cerutti, falou sobre a decisão. Segundo o profissional, “Quando houve a primeira decisão de paralisação os serviços de urgência e emergência não pararam, Nós conversamos muito entre os cinco colegas sobre essa questão, nós já vínhamos conversando a cerca de trinta dias sobre a paralisação, e que alguma coisa deveria ser feita, a pressão como coordenador era muito grande dos colegas e chegou-se a decisão sobre a paralisação dos serviços eletivos, então apartir dali havia-se decidido que a única maneira legal seria a demissão coletiva, com orientação do sindicato”. Destaca Cerutti.
 
Ontem (27), o HCTP encaminhou um comunicado aos municípios de Três Passos, Esperança do Sul, Tiradentes do Sul e Bom Progresso, bem como à 19ª Coordenadoria Regional de Saúde, com sede em Frederico Westphalen e Ministério Público, destacando que se não houver regularização dos pagamentos por parte da Secretaria Estadual de Saúde ao hospital, que possibilite o pagamento dos serviços médicos da instituição, haverá suspensão dos serviços prestados na UTI.

Para maiores esclarecimentos e colocações sobre o assunto, o presidente do Hospital de Caridade de Três Passos, Ademir Dreier, estará concedendo entrevista à Rádio Alto Uruguai, amanhã, sexta-feira (29), no programa Atividade apartir dss 10hs. 


Rádio Alto Uruguai

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