Na manhã desta quinta-feira (28), a
direção do Hospital de Caridade de Três Passos juntamente com o corpo clínico,
falaram a imprensa sobre a situação da casa hospitalar, esclarecendo sobre as
atividades paralisadas e a situação financeira. Os atendimentos eletivos, que
foram suspensos na semana passada e seguem não sendo realizados. Apenas
urgências e emergências são atendidas.
O presidente da entidade, Ademir
Dreier, destacou que o Hospital de Caridade tem valores a receber do Estado
referente aos incentivos hospitalares correspondentes aos meses de janeiro,
fevereiro e março de 2016, mais valores do SAMU Federal correspondente aos
meses de janeiro a março de 2016 e SAMU Estadual referentes aos meses de outubro
a dezembro de 2014, outubro a dezembro de 2015 e janeiro a março de 2016, o que
totaliza o valor de R$ 1.670.925,77 de passivo.
“A situação, ela se agrava devido a falta de repasses do governo do estado, que desde outubro de 2014 vem fracionando os pagamentos, e com essa forma de fracionamento você acaba tendo prejuízos de fluxo de caixa”. Destaca Dreier.
“A situação, ela se agrava devido a falta de repasses do governo do estado, que desde outubro de 2014 vem fracionando os pagamentos, e com essa forma de fracionamento você acaba tendo prejuízos de fluxo de caixa”. Destaca Dreier.
Em função da falta desses repasses, há
um atraso desde o ano passado com o corpo clínico, e por isso se fez um acordo
com os médicos. Mas do valor em atrasado do ano de 2015, mesmo com os valores
parcelados em dez vezes, quatro parcelas com os profissionais estão em atraso.
Juntamente com valores referentes aos meses de Janeiro, fevereiro e março deste
ano.
O coordenador do corpo clínico, médico
Silvio Neto, lembrou que os atrasos nos pagamentos acontecem desde 2014, e que
ano passado inclusive também houve uma paralisação dos serviços, e que com essa
negociação, os serviços foram retomados. Em virtude das dificuldades que o
hospital vem enfrentando na semana passada se tomou a mesma decisão, as partes
juntamente com o Simers (Sindicato Médico do Rio Grande do Sul) já haviam se
reunido a cerca de um mês atrás para debater e encontrar soluções, mas como não
houve avanço, decidiu-se pela paralisação dos atendimentos ambulatoriais, mas
continuando com os atendimentos de urgência e emergência.
“A gente entende a situação do
hospital, a falta dos repasses, mas como corpo clínico, a gente sem receber,
sendo que este ano não recebemos nada de honorários desde janeiro, a atitude a
se tomar é essa, pois a gente não tem como trabalhar, nessa forma que já
estávamos segurando as pontas a muito tempo, e agora alguns setores optaram por
pedir demissão”, salienta o médico Sílvio Neto.
Na segunda-feira (25), os cinco médicos
plantonistas e de rotina da UTI entregaram uma carta de demissão à direção do
hospital. Uma das principais motivações para a tomada de decisão coletiva é o
atraso no pagamento de repasses financeiros referentes a períodos de 2015 e
2016. Os médicos anunciaram formalmente o cancelamento dos contratos de
trabalho verbais, com total suspensão dos serviços prestados em um prazo de
trinta dias. Cinco profissionais assinaram o documento: Danilo Antonio Cerutti,
Saulo Vidal Sales, Joey Webers, Karine Rücker e Rafael Wayss.
O coordenador técnico da UTI do
hospital, médico Danilo Cerutti, falou sobre a decisão. Segundo o profissional,
“Quando houve a primeira decisão de paralisação os serviços de urgência e
emergência não pararam, Nós conversamos muito entre os cinco colegas sobre essa
questão, nós já vínhamos conversando a cerca de trinta dias sobre a
paralisação, e que alguma coisa deveria ser feita, a pressão como coordenador
era muito grande dos colegas e chegou-se a decisão sobre a paralisação dos
serviços eletivos, então apartir dali havia-se decidido que a única maneira
legal seria a demissão coletiva, com orientação do sindicato”. Destaca Cerutti.
Ontem (27), o HCTP encaminhou um
comunicado aos municípios de Três Passos, Esperança do Sul, Tiradentes do Sul e
Bom Progresso, bem como à 19ª Coordenadoria Regional de Saúde, com sede em
Frederico Westphalen e Ministério Público, destacando que se não houver
regularização dos pagamentos por parte da Secretaria Estadual de Saúde ao
hospital, que possibilite o pagamento dos serviços médicos da instituição,
haverá suspensão dos serviços prestados na UTI.
Para maiores esclarecimentos e
colocações sobre o assunto, o presidente do Hospital de Caridade de Três
Passos, Ademir Dreier, estará concedendo entrevista à Rádio Alto Uruguai,
amanhã, sexta-feira (29), no programa Atividade apartir dss 10hs.
Rádio Alto Uruguai
Nenhum comentário:
Postar um comentário