Documento
propõe um aumento de até 41% nos salários dos servidores
Câmara aprova regime de urgência para projeto
de reajuste do Judiciário Federal
Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados / CP
Após
acordo entre a maioria dos líderes partidários com a presidência do Supremo
Tribunal Federal (STF), a Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira a
urgência do projeto de Lei que reajusta em até 41% os salários dos servidores
do poder Judiciário Federal. A urgência foi aprovada por 277 votos a 4. Houve
ainda duas abstenções.
A partir
de agora, o projeto não precisa mais passar por comissões permanentes da Casa e
terá prioridade para ser votado pelos deputados em plenário, embora não haja
prazo para essa votação. O projeto que será votado pela Câmara e Senado foi
negociado entre o Ministério do Planejamento e o STF em agosto do ano passado,
como alternativa ao aumento de até 78% vetado pela presidente Dilma Rousseff.
A nova
proposta enviada após o acordo prevê que os salários dos funcionários do
Judiciário Federal serão reajustados individualmente entre 16,5% e 41,47%. O
maior porcentual deverá ser pago a servidores que ingressaram nos últimos anos
na carreira, não possuem incorporações e recebem salários menores.
O
reajuste de até 41% será concedido por meio de aumentos porcentuais sobre os
salários mensais e por meio de Gratificação Judiciária (GAJ) incidente sobre o
vencimento básico. Os porcentuais deverão ser distribuído em oito parcelas
semestrais ao longo de quatro anos. O impacto previsto com o reajuste dos
salários e gratificações é de cerca de R$ 1,4 bilhão só para este ano. Os
montantes já constam na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2016 aprovada pelos
deputados e senadores.
A votação
da urgência do projeto de lei de reajuste do Poder Judiciário foi acertada pelo
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com lideranças partidárias após
pedido feito pelo presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, em reunião
com deputados na última terça-feira. A ideia era que o projeto fosse votado
logo em seguida. No entanto, Cunha acertou com oito partidos que compõem a
"maioria informal" na Casa (PTB, PP, PRB, PSB, PSD, PSC, PR e SD) que
a votação do mérito deve ser adiada.
A
estratégia de líderes partidários que votaram majoritariamente a favor do
impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara é evitar que projetos que
elevem gastos federais sejam votados até que o vice-presidente Michel Temer
assuma a Presidência da República, em caso de afastamento de Dilma. A previsão
é de que o Senado Federal analise em plenário a admissibilidade do impeachment
da petista no próximo dia 11 de maio. Caso aprovado, Dilma será afastada e o
peemedebista assume o comando do País.
A votação
da urgência do projeto de reajuste dos servidores do Judiciário Federal
provocou pressão de outras categorias. Integrantes do Ministério Público (MP),
Tribunal de Contas da União (TCU), Defensoria Pública da União (DPU), Senado e
Câmara passaram a pressionar pela votação da urgência das propostas de
reajustes de seus salários. Com a pressão, líderes partidários tentam hoje
votar requerimento de urgência do projeto de reajuste do MP e da DPU.
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