Ciclovia Tim Maia foi inaugurada no dia 17 de
janeiro.
Cinco pessoas teriam caído no mar; três ficaram feridas.
Cinco pessoas teriam caído no mar; três ficaram feridas.
Trecho da ciclovia liga os
bairros de São Conrado e Leblon e tem 3,9 km de extensão.
(Foto: Reprodução /
Globo News)
Um trecho de 50 metros da ciclovia Tim Maia, na Avenida
Niemeyer, em São Conrado, na Zona Sul do Rio, desabou na manhã desta
quinta-feira (21), pouco mais de quatro meses após sua inauguração.
Segundo os Bombeiros, duas pessoas morreram no local após cair no mar e três
ficaram feridas.
As vítimas fatais são dois homens, que têm entre 40 e 50
anos. Um deles foi identificado pelo cunhado. O socorro demorou cerca de meia
hora para chegar ao local.
Segundo frequentadores e motoristas que passavam por lá,
a ciclovia foi atingida por uma forte onda que, além de destruir o local,
também quebrou o parabrisa de um ônibus e teria arrastado uma mulher no
calçadão. O local fica perto da saída da tubulação de esgoto.
A ciclovia que fica às margens da Avenida Niemeyer, que
liga os bairros de São Conrado e Leblon, na Zona Sul do Rio, foi inaugurada no
dia 17 de janeiro. A ciclovia da Niemeyer tem 3,9 quilômetros e vista para o
mar. Ela chegou a receber críticas de arquitetos por encobrir a vista do mar
para os motoristas que trafegam pela avenida. Além disso, em vários trechos ela
não tem calçada.
Damião Pinheiro de Araújo, de 60 Anos, passava pelo
local de bicicleta na hora em que as ondas atingiram a ciclovia.
"As pessoas pararam na ciclovia, acharam bonito e ficaram tirando fotos das ondas. Eram enormes. Veio uma maior ainda, a ciclovia levantou e caiu um pedaço. Vi as pessoas caindo. É triste. Toda vez que o mar subir vai ter que interditar a ciclovia, faz parte da natureza. Para mim ela foi mal planejada", disse Damião.
"As pessoas pararam na ciclovia, acharam bonito e ficaram tirando fotos das ondas. Eram enormes. Veio uma maior ainda, a ciclovia levantou e caiu um pedaço. Vi as pessoas caindo. É triste. Toda vez que o mar subir vai ter que interditar a ciclovia, faz parte da natureza. Para mim ela foi mal planejada", disse Damião.
O administrador Guilherme Miranda passava pelo local no
momento do acidente.
"Eu quase morri. Já chegou a imprensa inteira. Cadê
o prefeito, cadê o engenheiro que fez essa obra? É desesperador você ver as
pessoas morrendo na sua frente. Alguém tem que dar uma resposta disso, foram R$
45 milhões. Acabaram de inaugurar e já está rachada em vários pontos, passo
aqui todos os dias para ir e voltar do trabalho", disse Guilherme.
Ele relata ainda ter visto três corpos boiando. Miranda
criticou ainda o ato de a ciclovia ser afastada da pista, o que deixa o
ciclista sujeito a assaltos.
Um outro homem que também passou pelo local pouco antes
do acidente relatou que a onda era muito forte. “A onda batia na pedra e subia,
varria a Niemeyer e a ciclovia. Era tão forte que não dava pra passar. Eu tive
que esperar no meu caminho de ida e volta”, contou Roberto Meliga.
Acho que foi uma falha de projeto', diz engenheiro do
CREA-RJ
O engenheiro civil e conselheiro do CREA-RJ, Antônio Eulálio, declarou à Globo News que acredita que houve "uma falha de projeto" da ciclovia da Avenida Niemeyer, em São Conrado, Zona Sul do Rio, que desabou na manhã deste sábado.
O engenheiro civil e conselheiro do CREA-RJ, Antônio Eulálio, declarou à Globo News que acredita que houve "uma falha de projeto" da ciclovia da Avenida Niemeyer, em São Conrado, Zona Sul do Rio, que desabou na manhã deste sábado.
“O problema é que não foi previsto no projeto essa força
excepcional porque a onda levantou a ponte. Acho que foi uma falha de projeto.
Só tem uma viga central praticamente, então, não tem resistência para de
momento. São dois apoios, ele não conseguiu suportar esse esforço de rotação,
devido a onda que bateu (…) foi falha de concepção do projeto”, afirmou o
engenheiro civil e conselheiro do CREA-RJ. "Não foi previsto no projeto,
deveria ter sido".
Ele acrescentou que “os autores do projeto vão ser
chamados para terem direito à defesa” para que sejam aplicadas as medidas
cabíveis. E acrescentou ainda que pode ocorrer a “até a cassação do registro”.
O Consórcio Contemat-Concrejato informa que uma equipe
técnica da empresa já se encontra no local, trabalhando em coordenação com a
Secretaria Municipal de Obras. As prioridades neste momento são garantir o
atendimento às vítimas e seus familiares e avaliar as causas do acidente.
A Avenida Niemeyer foi
interditada nos dois sentidos por volta das 11h50, segundo o Centro de
Operações da Prefeitura e não há previsão para liberação do tráfego. Os
motoristas devem seguir pela Autoestrada Lagoa-Barra.
Complexo Tim Maia
O trajeto total, do Leblon à Barra, terá sete quilômetros de extensão, mas ainda não tem data exata para ser inaugurado. Com construção iniciada em junho de 2014, a ciclovia teve custo de R$ 44,7 milhões.
O trajeto total, do Leblon à Barra, terá sete quilômetros de extensão, mas ainda não tem data exata para ser inaugurado. Com construção iniciada em junho de 2014, a ciclovia teve custo de R$ 44,7 milhões.
Grande parte da ciclovia — nos bairros do Leblon e São
Conrado — já existiam e foram incluídas no complexo cicloviário que ganhou o
nome de Tim Maia porque, no projeto original, vai ligar o Rio "Do Leme ao
Pontal", exatamente como na canção imortalizada por ele.
No início do ano, cariocas e turistas já dividiam o
espaço com os operários. Em nota na ocasião, a prefeitura do Rio informou que o
uso da pista durante as obras não era proibido, mas sim indevido.
Gabriel
Barreira e Káthia Mello
Do G1 Rio
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