Único sobrevivente da tragédia, Leonel se conforta com a mãeFoto: Daisy Trombetta / Agência RBS
Os familiares de Claudir Gheller, 53 anos,
lutavam para evitar o passeio de avião que acabou em tragédia no
último sábado na Praia de Taquarinhas, em Balneário Camboriú, há
cerca de dois anos, quando o amigo que pilotava a aeronave fez o convite ao
empresário. Todos tinham medo da aventura, que terminou em tragédia no último
sábado. O único passageiro que sobreviveu à queda do monomotor foi Leonel
Gheller, de 11 anos. O menino, que nunca tinha andado de avião e estava com
muito medo, participou do passeio para não contrariar a vontade do pai, morto
no acidente.
Leonel, que sofreu apenas hematomas leves
e conta com tranquilidade sobre a tragédia, lembra-se de todos os detalhes do
acidente. Ele comenta que o avião apresentou falhas no motor quando o grupo
voltava ao aeroclube. O piloto teria pedido socorro pelo rádio e tentado pousar
na areia da praia de Taquarinhas. Segundo o menino, o intervalo entre as falhas
mecânicas e a queda do monomotor durou menos de um minuto. Ele salienta que, ao
tentar a aterrissagem forçada, uma onda atingiu uma das asas do veículo, que
bateu em uma pedra e caiu no mar.
Leonel conseguiu abrir uma das portas da
aeronave, por onde saiu junto com o pai. O piloto teria permanecido dentro do
monomotor.
_ As ondas eram muito altas e me sufocaram
por pelo menos duas vezes. Achei que ia morrer. Eu olhava para trás e não
enxergava mais meu pai. Concentrei toda a minha força, nadei e pensei na minha
mãe _ disse o menino.
Atendendo ao pedido do pai, Leonel
conseguiu nadar e chegar próximo à praia, onde contou com o socorro de
pescadores para sair do mar. O menino soube que o pai havia morrido ainda no
local, quando escutou socorristas comentando sobre dois óbitos no acidente.
Mais tranquilo e tentando se recuperar do
susto, Leonel já retornou às atividades escolares em Videira, no Meio-Oeste
catarinense, onde mora com a família. Embora se lembre de todos os detalhes, o
pequeno sobrevivente prefere esquecer e superar a tragédia.
Fonte:
O SOL DIÁRIO
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