terça-feira, 6 de novembro de 2012

Sobrevivente participou do passeio de monomotor para agradar o pai

Leonel, que sofreu apenas hematomas leves, conta com tranquilidade os detalhes da tragédia
Sobrevivente participou do passeio de monomotor  para agradar o pai Daisy Trombetta/Agência RBS
Único sobrevivente da tragédia, Leonel se conforta com a mãeFoto: Daisy Trombetta / Agência RBS

     Os familiares de Claudir Gheller, 53 anos, lutavam para evitar o passeio de avião que acabou em tragédia no último sábado na Praia de Taquarinhas, em Balneário Camboriú, há cerca de dois anos, quando o amigo que pilotava a aeronave fez o convite ao empresário. Todos tinham medo da aventura, que terminou em tragédia no último sábado. O único passageiro que sobreviveu à queda do monomotor foi Leonel Gheller, de 11 anos. O menino, que nunca tinha andado de avião e estava com muito medo, participou do passeio para não contrariar a vontade do pai, morto no acidente.

     Leonel, que sofreu apenas hematomas leves e conta com tranquilidade sobre a tragédia, lembra-se de todos os detalhes do acidente. Ele comenta que o avião apresentou falhas no motor quando o grupo voltava ao aeroclube. O piloto teria pedido socorro pelo rádio e tentado pousar na areia da praia de Taquarinhas. Segundo o menino, o intervalo entre as falhas mecânicas e a queda do monomotor durou menos de um minuto. Ele salienta que, ao tentar a aterrissagem forçada, uma onda atingiu uma das asas do veículo, que bateu em uma pedra e caiu no mar.

     Leonel conseguiu abrir uma das portas da aeronave, por onde saiu junto com o pai. O piloto teria permanecido dentro do monomotor.

     _ As ondas eram muito altas e me sufocaram por pelo menos duas vezes. Achei que ia morrer. Eu olhava para trás e não enxergava mais meu pai. Concentrei toda a minha força, nadei e pensei na minha mãe _ disse o menino.

     Atendendo ao pedido do pai, Leonel conseguiu nadar e chegar próximo à praia, onde contou com o socorro de pescadores para sair do mar. O menino soube que o pai havia morrido ainda no local, quando escutou socorristas comentando sobre dois óbitos no acidente.

     Mais tranquilo e tentando se recuperar do susto, Leonel já retornou às atividades escolares em Videira, no Meio-Oeste catarinense, onde mora com a família. Embora se lembre de todos os detalhes, o pequeno sobrevivente prefere esquecer e superar a tragédia.

Fonte: O SOL DIÁRIO

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