Inauguração do estádio Olímpico foi marcada pela
vitória do Grêmio sobre o Nacional, do Uruguai
Crédito: CP Memória
Crédito: CP Memória
Na
semana que antecede o último jogo oficial do Olímpico, o Correio do Povo traz
uma série de matérias especiais sobre o lendário estádio do Grêmio. Nesta
segunda-feira, para retratar os primeiros anos da casa tricolor, Alcindo Bugre
relembra o confronto com a seleção da União Soviética e o dia em que desafiou
Pelé. Na terça, será a vez de conhecer detalhes do jogo de maior público da
história do Monumental e do primeiro título internacional do clube.
A trajetória vitoriosa do Grêmio começa a partir da década de 50, com a construção da sua segunda casa. Não há como ignorar a tendência cigana de um clube, que nasceu na Baixada, se imortalizou no Olímpico e irá se renovar na Arena. O lado nômade do Grêmio foi grifado nos versos do compositor Lupicínio Rodrigues: “Até a pé nós iremos / Para o que der e vier / Mas o certo é que nós estaremos / Com o Grêmio onde o Grêmio estiver”.
Nos 58 anos de existência, o Olímpico viveu duelos históricos e, muitas vezes, foi o fator principal para a conquista de títulos do clube. Logo na inauguração do estádio, o Tricolor bateu um adversário de fora do País. Nos primeiros anos da casa, os gremistas assistiram também a um triunfo sobre a União Soviética e aos dribles de Pelé, o Rei do futebol. Em um deles, o lendário centroavante Alcindo marcou um golaço que nos dias de hoje seria viral do YouTube. Como não havia internet, resta a lembrança: “Foi o gol mais bonito da minha vida”, diz o ídolo.
Do Moinhos de Vento à Azenha
O Grêmio havia iniciado na Baixada, um estádio acanhado, localizado no bairro Moinhos de Vento. O terreno foi adquirido em 1904 junto à família Mostardeiro, dona de uma chácara onde hoje se localizam as ruas Mostardeiro e Dona Laura. O clube comprou o local por 10 contos de réis e, nove anos depois, a área foi ampliada. Com o tempo, até o palco que sediou o emblemático Gre-Nal vencido pelo Tricolor por 10 a 0 ficou pequeno para a crescente torcida gremista. Era preciso algo maior. Nos anos 50, o então presidente Saturnino Vanzelotti decidiu comandar o processo de construção do novo estádio.
A trajetória vitoriosa do Grêmio começa a partir da década de 50, com a construção da sua segunda casa. Não há como ignorar a tendência cigana de um clube, que nasceu na Baixada, se imortalizou no Olímpico e irá se renovar na Arena. O lado nômade do Grêmio foi grifado nos versos do compositor Lupicínio Rodrigues: “Até a pé nós iremos / Para o que der e vier / Mas o certo é que nós estaremos / Com o Grêmio onde o Grêmio estiver”.
Nos 58 anos de existência, o Olímpico viveu duelos históricos e, muitas vezes, foi o fator principal para a conquista de títulos do clube. Logo na inauguração do estádio, o Tricolor bateu um adversário de fora do País. Nos primeiros anos da casa, os gremistas assistiram também a um triunfo sobre a União Soviética e aos dribles de Pelé, o Rei do futebol. Em um deles, o lendário centroavante Alcindo marcou um golaço que nos dias de hoje seria viral do YouTube. Como não havia internet, resta a lembrança: “Foi o gol mais bonito da minha vida”, diz o ídolo.
Do Moinhos de Vento à Azenha
O Grêmio havia iniciado na Baixada, um estádio acanhado, localizado no bairro Moinhos de Vento. O terreno foi adquirido em 1904 junto à família Mostardeiro, dona de uma chácara onde hoje se localizam as ruas Mostardeiro e Dona Laura. O clube comprou o local por 10 contos de réis e, nove anos depois, a área foi ampliada. Com o tempo, até o palco que sediou o emblemático Gre-Nal vencido pelo Tricolor por 10 a 0 ficou pequeno para a crescente torcida gremista. Era preciso algo maior. Nos anos 50, o então presidente Saturnino Vanzelotti decidiu comandar o processo de construção do novo estádio.
Em 1954, o Grêmio inaugurou o estádio Olímpico
e contou com a presença de 50 mil pessoas / Foto: CP Memória
Em
1951, o anteprojeto do Olímpico elaborado por Plínio Oliveira Almeida venceu o
concurso público. A construção do estádio durou cerca de um ano e seis meses e
tinha como principais beneméritos Alfredo Obino e Sívio Toigo Filho, além do
presidente Vanzelotti. Em 19 de setembro de 1954, após a benção do arcebispo
metropolitano, Dom Vicente Scherer, o Grêmio entrava em campo pela primeira vez
no Olímpico.
Dentro de casa e apoiado por cerca de 50 mil pessoas, quem tomou a iniciativa foi o Tricolor. O Nacional já gozava da sua tradição no futebol sul-americano e tentava marcar primeiro através do contra-ataque. Apesar da insistência, os gols só saíram no segundo tempo. Aos 20 minutos, Tesourinha fez cruzamento e Victor anotou o primeiro tento. Mais tarde, o próprio Victor selou a vitória por 2 a 0, a primeira de muitas na história do estádio.
Alcindo contra Aranha Negra e o duelo com Pelé
Um dos maiores goleadores da história do Grêmio, Alcindo Martha de Freitas foi o personagem de dois jogos emblemáticos do clube durante a década de 60. Artilheiro nato e homem Gre-Nal, o Bugre enfrentou nada menos que Lev Yashin, o Aranha Negra, e Pelé.
Dentro de casa e apoiado por cerca de 50 mil pessoas, quem tomou a iniciativa foi o Tricolor. O Nacional já gozava da sua tradição no futebol sul-americano e tentava marcar primeiro através do contra-ataque. Apesar da insistência, os gols só saíram no segundo tempo. Aos 20 minutos, Tesourinha fez cruzamento e Victor anotou o primeiro tento. Mais tarde, o próprio Victor selou a vitória por 2 a 0, a primeira de muitas na história do estádio.
Alcindo contra Aranha Negra e o duelo com Pelé
Um dos maiores goleadores da história do Grêmio, Alcindo Martha de Freitas foi o personagem de dois jogos emblemáticos do clube durante a década de 60. Artilheiro nato e homem Gre-Nal, o Bugre enfrentou nada menos que Lev Yashin, o Aranha Negra, e Pelé.
Era
16 de fevereiro de 1966. O Grêmio recebeu a União Soviética para um amistoso no
Olímpico. A vitória de 2 a 0 foi construída com os gols do Bugre. Graças à
atuação, o ex-atacante deixou de ser apenas Tricolor e recebeu sua primeira
oportunidade na Seleção Brasileira. “Eu nem sabia que a comissão da então CBD
estaria em Porto Alegre. Claro que desejavam observar os soviéticos, mas me
destaquei e marquei os gols. O segundo foi mais bonito da minha vida. Saí
driblando e balancei as redes contra o Yashin”, relata. A atuação memorável
rendeu a convocação para o time verde-amarelo e Alcindo disputou a Copa do
Mundo de 66.
Um ano depois, mais uma vez Alcindo chamou a atenção em um duelo no Olímpico. Dessa vez, o jogo era contra o Santos, durante o Torneio Roberto Gomes Pedrosa. Naquela oportunidade, o seu principal desafio não estava no gol adversário. Era jogador de linha e atendia pelo nome de Edson Arantes do Nascimento, o Pelé.
Um ano depois, mais uma vez Alcindo chamou a atenção em um duelo no Olímpico. Dessa vez, o jogo era contra o Santos, durante o Torneio Roberto Gomes Pedrosa. Naquela oportunidade, o seu principal desafio não estava no gol adversário. Era jogador de linha e atendia pelo nome de Edson Arantes do Nascimento, o Pelé.
O
confronto entre os dois terminou empatado, assim como o jogo. O Rei do futebol
fez o primeiro gol, mas o Bugre não ficou atrás da estrela santista. “Ele
(Pelé) marcou primeiro, mas eu empatei o jogo. Depois, até acabei indo para o
Santos. Para falar a verdade, não queria ir, mas tive que sair para atuar ao
lado do melhor jogador do mundo”, argumenta.
Fonte:
Luiz Felipe Mello / Correio do Povo
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