segunda-feira, 21 de março de 2011

Brasil condena ação na Líbia e pede "cessar-fogo efetivo"

     A diplomacia brasileira divulgou nota, nesta segunda-feira, condenando a perda de vidas na Líbia desde o início de fevereiro, o que pode ser agravado pelo início dos bombardeios das forças de coalizão contra o regime de Muammar Kadhafi. O Itamaraty pede um "cessar-fogo efetivo" no tempo mais breve possível. Pelo menos 40 pessoas morreram nesta segunda-feira e mais de 300 ficaram feridas.
     O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, visitava o Brasil quando deu autorização para a Marinha e Força Aérea americanas participarem dos bombardeios a alvos militares de Kadhafi. Nos discursos ao lado da presidente Dilma Roussef e, ainda, no Rio de Janeiro, a situação chegou a ser citada, mas não foi questionada a posição dos EUA pelo Brasil até Obama deixar o solo nacional, rumo ao Chile.
     Para o Brasil, as nações devem trabalhar num plano "capaz de garantir a proteção da população civil, e de criar condições para o diálogo. Apesar de não concordar com os bombardeios às forças de Kadhafi, há 42 anos no poder, o comunicado do Itamaraty enfatiza que está ao lado do povo da Líbia.  "O Brasil reitera sua solidariedade com o povo líbio, na busca de uma maior participação na definição do futuro político do país, em ambiente de proteção dos direitos humanos", salienta a nota.
     O documento cita, também, que o governo brasileiro apoia o trabalho do enviado especial do secretário-geral das Nações Unidos, Abdelilah Al Khatib, em busca de diálogo entre insurgentes e Kadhafi. O Comitê estabelecido pela União Africana, que pede cessar-fogo imediato, também tem o Brasil como aliado "na busca de solução negociada e duradoura para a crise".
     A coalizão, que inclui potências como Alemanha, Grã-Bretanha, França e EUA, já planeja novas fases da operação militar contra o regime de Kadhafi. Obama prevê a coordenação das forças pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), mas garante que não vai autorizar ações em terra na Líbia.
Fonte: Correio do Povo

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