Nesta que é a Semana Nacional de Combate à Tuberculose - sendo 24 de março o Dia Mundial de combate à doença - a Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde (FEPPS), vinculada à Secretaria Estadual da Saúde, anuncia inovações nas suas ações de diagnóstico da doença. Um novo sistema recém implantado no Instituto de Pesquisas Biológicas-Laboratório Central do Estado (IPB-LACEN) reduz o tempo de liberação dos resultados de 120 para 15 dias, diminuindo em 90% o tempo de espera do paciente. No futuro, outra novidade será a utilização de diagnóstico por biologia molecular desenvolvido pelo Centro de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CDCT). Os kits testados irão apresentar resultados entre 24 e 48 horas, o que resultará em maior agilidade para os laboratórios públicos do país.
Rotina automatizada no IPB-LACEN
A novidade do IPB-LACEN/FEPPS neste ano é a utilização de um equipamento automatizado para o diagnóstico da tuberculose através de cultura. Com a implantação do novo sistema já é possível detectar a doença de forma precoce e monitorar o nível de resistência aos fármacos no tratamento, reduzindo o tempo de liberação de resultados positivos para 15 dias.
De acordo com os critérios estabelecidos pelo Programa Nacional de Controle da Tuberculose do Ministério da Saúde, cerca de 70% dos pacientes com suspeita da doença têm indicação para realizar exame de cultura e teste de sensibilidade. Porém, anualmente, menos de 20% deles tem acesso a esses exames. Apesar disso, somente no ano passado, o laboratório recebeu mais de 2.000 amostras clínicas de pacientes, nas quais foram realizadas quase 6.000 análises laboratoriais. Desse modo, além da melhoria na qualidade do atendimento aos pacientes, este equipamento aumentará a capacidade instalada do laboratório que é referência no Estado para o diagnóstico da tuberculose.
A tuberculose está intimamente ligada a questões sócio-econômicas e de condição imunológica do hospedeiro. Desde a década de 80 passou a estar relacionada com o aumento dos casos de infecção pelo HIV. Desta forma, conforme a diretora do IPB-LACEN, Raquel Fiori de Souza, a doença é considerada um grave problema de saúde pública e a iniciativa de qualificação do diagnóstico se integra à lista de prioridades do Ministério da Saúde e OMS.
Kits de diagnóstico por biologia molecular
Um dos destaques do CDCT é a produção de kits para o diagnóstico de doenças, entre as quais a tuberculose. Parcerias permitiram a fabricação do primeiro lote do kit de diagnóstico molecular de tuberculose. Inteiramente desenvolvido por pesquisadores do centro, o sistema de diagnóstico por DNA já está registrado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e foi validado em diferentes laboratórios do Brasil. Oportunamente deverá ser comercializado em todo o país, rendendo royalties à FEPPS.
No diagnóstico da tuberculose, a análise por DNA tem até 98% de acerto, contra 50% do sistema tradicional. Conforme a diretora do CDCT, Maria Lucia Rossetti, a produção nacional deverá reduzir os gastos do governo com a importação de insumos laboratoriais. O CDCT é a primeira instituição pública do Brasil a produzir kits para o diagnóstico de doenças por biologia molecular.
A tuberculose
Há mais de uma década a Organização Mundial da Saúde declarou estado de emergência em relação à tuberculose. Segundo a OMS, um terço da população mundial está infectada pelo Mycobacterium tuberculosis. Dentre os infectados, estima-se que 8 milhões desenvolvem a doença, sendo 1,2 milhão em pacientes HIV positivos. Ocorrem cerca de 2 milhões de óbitos a cada ano. O Rio Grande do Sul é o 5º estado brasileiro com maior taxa de incidência (46,9 casos por 100 mil habitantes). O Brasil é o 19º lugar no ranking mundial.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social / Secretaria da Saúde/RS
Nenhum comentário:
Postar um comentário