quinta-feira, 31 de março de 2011

Heinze reinicia discussões sobre assimetrias do Mercosul


     As assimetrias comerciais e a concorrência desleal existentes entre os países do Mercosul,  levou o deputado federal Luis Carlos Heinze (PP/RS) e a senadora Ana Amélia Lemos (PP/RS), na última terça-feira (29), ao Ministério das Relações Exteriores para uma audiência com ministro Antonio Patriota. 
     O progressista expôs ao chefe da Pasta a preocupação do setor agrícola com as disparidades entre os países do bloco econômico e citou exemplos dos produtores de arroz, trigo, alho, cebola e vinho, dos três estados da Região Sul do Brasil, que há anos acumulam prejuízos devido a entrada desleal de produtos provenientes da Argentina, Uruguai e Paraguai. 
     Heinze ressaltou que acordos e parcerias comerciais entre nações são salutar, desde que prevaleça a lei da reciprocidade. Caso contrário só demanda prejuízos. “Para se ter uma idéia um trator John Deere 5605, produzido no Rio Grande do Sul é vendido na Argentina por R$ 54 mil, e no Brasil o preço desta maquina está em torno por R$ 90 mil, quase o dobro do preço. Além disso, o frete cobrado para uma tonelada do arroz produzido no Uruguai, de Montevidéu para Recife, é de US$ 45; enquanto o valor para transportar a mesma quantidade do grão gaúcho, de Rio Grande para Recife gira em torno de US$ 80. Portanto, são acordos impraticáveis, as contas não fecham nunca”, desabafa.
     Segundo Heinze, são oito anos que ele vem discutindo o assunto com o governo federal e espera que a presidente Dilma Rousseff interfira nesse processo e tome uma decisão política capaz de equilibrar as relações comerciais entre os parceiros do bloco. “O Mercosul pode ser bom para o país, mas não é bom para os produtores rurais, setor responsável pela estabilidade da economia”. 
     O parlamentar alertou aos embaixadores dos problemas enfrentados, e disse que se nada for feito, determinadas culturas ficarão impraticáveis. “Isto tem nos preocupado muito, sabemos que a produção dos países vizinhos não é mais competitiva do que o grão no Brasil, mas os agricultores argentinos e uruguaios têm diferenças significativas que lhe são favoráveis”, destaca.
     O Chanceler Antonio Patriota acenou com a possibilidade de estudar os pleitos e discutir o assunto com outras áreas do executivo. 
Fonte: Assessoria de Imprensa

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