quinta-feira, 24 de março de 2011

Traficantes provocam a Polícia no bairro Rincão em Novo Hamburgo

     Novo Hamburgo - Os últimos patrões do tráfico no Beco da Ceará estão presos ou mortos, mas os criminosos que ficaram na área continuam desafiando a Polícia. Agora com pichações. Recados de "Fora POE" apareceram esta semana na entrada do labirinto de 200 metros entre as Ruas Paquistão e Ceará, no bairro Rincão, conhecido como um dos mais antigos pontos de venda de drogas de Novo Hamburgo. A revolta dos traficantes é contra o Pelotão de Operações Especiais (POE) da BM, que tem feito seguidas incursões no beco.     "Parece que os delinquentes sentiram o golpe. Estão acuados com nossas ações", comenta o comandante da corporação na cidade, tenente-coronel Dario Mendina. O oficial manda um recado. "Quanto mais picharem as paredes com recados contra nós, mais vamos entrar lá, até acabar com o tráfico." Com olheiros nas duas pontas do beco e vigilância interna organizada, os traficantes adotaram a senha "olha a chuva" para avisar a aproximação da Polícia. 

     Investigação - Agentes da 1.ª DP foram no final da tarde de ontem ao Beco da Ceará para apurar novas informações sobre o tráfico e, ao revistar pedestres, apreenderam um cachimbo usado para fumar crack com um viciado. Drogas e traficantes logo sumiram, avisados pelos olheiros. Uma loira suspeita observava a movimentação policial. Varria o chão para disfarçar. Nas estreitas curvas do beco, papelotes jogados no chão denunciavam o consumo disseminado da pedra.

     OS ÚLTIMOS LÍDERES
     Com a morte a tiros de Valdecir Monaco, o Siquinha, 39 anos, em agosto de 2008, e a prisão de Fábio Cornely, o Japa, 26, no ano seguinte, saíram de cena os dois últimos principais líderes do tráfico no Beco da Ceará.
     Japa foi condenado pelo assassinato de dois viciados em crack. As vítimas, em dívida com o caixa do traficante, eram um angolano e uma garota de programa.
     "Hoje o controle do beco está com pequenos traficantes que vendem basicamente crack", comenta o chefe de Investigação da 1ª DP, comissário Rudimar Costa.
     Para driblar a vigilância, o POE já usou a tática de entrar pelo valo do esgoto do beco. Além de prisões e apreensões de drogas, policiais já encontraram na área pistolas de calibre 9 milímetros, de uso exclusivo das Forças Armadas.
     No ano passado, moradores cercaram quatro brigadianos para libertar um suspeito preso. Os PMs tiveram que chamar reforço para garantir a detenção e não serem agredidos. 
Fonte: Jornal NH

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