Alunos da USP reunidos em assembleia geral nesta terça-feira (8)
(Foto: Raphael Prado/G1)
Estudantes da Universidade de São Paulo (USP), reunidos em assembleia geral na noite desta terça-feira (8), decidiram entrar em greve geral a partir de quarta (9). Eles protestam contra a presença da Polícia Militar na Cidade Universitária e a prisão de cerca de 70 alunos e servidores que ocupavam o prédio da reitoria desde 2 de novembro. O encontro foi convocado pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), que representa todos os alunos da universidade.
Os universitários se reuniram no prédio da faculdade de História e, segundo membros do movimento estudantil, somavam entre 2 mil e 3 mil integrantes. A USP tem quase 89 mil alunos matriculados, segundo informações do site da universidade. Duas propostas foram votadas na assembleia: o início imediato de greve ou um indicativo de paralisação - que seria decidida definitivamente numa próxima assembleia. Em votação apertada, mas feita sem a contagem, ganhou a primeira opção.
A assembleia também decidiu que não haveria novas ocupações ou acampamentos no campus e que o convênio entre a USP e a Polícia Militar para a segurança da Cidade Universitária deve ser revogado. Também foi votado o apoio à liberdade imediata dos estudantes e servidores detidos nesta terça, sem que sofram nenhuma retaliação administrativa, e a saída do reitor da universidade, José Grandino Rodas.
Com a aprovação da assembleia geral dos estudantes da USP, agora cada faculdade realiza uma plenária para decidir como será a participação dos alunos. Eles podem realizar piquetes, manifestações ou simplesmente aderir à paralisação.
Tropa de Choque
Na terça-feira (8), a Tropa de Choque da Polícia Militar cumpriu determinação judicial que pedia a reintegração de posse da reitoria da USP, ocupada por estudantes da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) desde 2 de novembro. Na ação, cerca de 70 alunos e funcionários foram presos em flagrante pela PM. Eles foram indiciados por danos ao patrimônio público e desobediência à ordem de Justiça - que havia determinado a saída do prédio da reitoria até as 23h de segunda-feira (7).
Ainda na assembleia geral, os estudantes votaram um plano de segurança que acreditam ser mais adequado à USP que a presença de policiais.
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