quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Índios cobram pedágio de até R$ 100 para liberar acesso a 7 cidades de MT

     Cerca de 120 índios da etnia Enawenê-nawê bloquearam a MT-170 que dá acesso aos municípios de Juína, Brasnorte, Castanheira, Juruena, Cotriguaçu, Colniza e Aripuanã. O protesto, que iniciou na terça-feira (15), é contra a falta de remédios e atendimento de saúde nas aldeias, já que, segundo a coordenação regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), o convênio com a ONG Operação Amazônia Nativa (Opan), que atendia as comunidades, terminou no início deste mês. De acordo com o chefe regional da Fundação Nacional do Índio, Antônio Carlos de Aquino, os índios interditaram a ponte sobre o rio Juruena, próximo ao município de Juína, e só liberam a passagem com pagamento de pedágio de até R$ 100.
     “Eles querem chamar a atenção do Serviço de Atendimento de Saúde, porque o órgão Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) rompeu um convênio de atendimento à saúde indígena. Eles cobram pedágio de quem passa por ali alegando que estão fazendo esse procedimento a fim de arrecadar recursos para custear a despesa para se deslocar até Brasília para falar com o secretário especial de Saúde Indígena”, disse o chefe regional da Funai.
     Ainda de acordo com Antônio Carlos, pelo menos 600 indígenas vivem na aldeia e a situação da saúde é grave. “Tem casos de crianças com gripe, desinteria, e aqueles tratamentos que são contínuos foram descontinuados. São coisas que estão em um estado que vão passar a ser graves daqui a uns dias. Os índios precavendo essa situação resolveram fazer esse manifesto. Houve várias reuniões anteriores que não resolveram o problema, então estamos acompanhando e cobrando a Secretaria de Saúde para reativar esse convênio”, pontuou.

Comissão

     O prefeito de Juína, Altir Perozo, afirmou que uma comissão formada pela Funai, representantes da Secretaria Estadual de Saúde, Sesai de Cuiabá e Secretarias de Saúde de Brasnorte e Juína vão se dirigir até a aldeia para resolver a questão. Segundo ele, os índios disseram que não querem participar da averiguação, alegando que houve outras oportunidades e nada foi feito.
     “Está sendo montada uma comissão para amanhã [quinta] de manhã se deslocar até a aldeia para averiguação in loco. Até porque há duas informações contraditórias. De um lado a Sesai afirmando que está prestando o atendimento, de outro lado a comunidade indígena dizendo que esse atendimento não está acontecendo. Vamos verificar quem está falando a verdade e o que está faltando para agilizar a situação”.
     A assessoria de imprensa da ONG Operação Amazônia Nativa (Opan) informou que deixou de prestar atendimento porque o contrato encerrou e a organização não participou da nova concorrência. Outra mudança na área de saúde indígena é que o atendimento, antes prestado pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa), agora passou a ser coordenado pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). Com essas mudanças, o atendimento acabou ficando comprometido em algumas aldeias.

Fonte: Do G1 MT

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