quinta-feira, 17 de março de 2011

EUA cogitam bombardear forças líbias que avançam para Benghazi

     Tropas do governo líbio enfrentaram insurgentes nesta quinta-feira (17) na estrada que leva aBenghazi, principal reduto dos rebeldes, enquanto os Estados Unidos aventaram a possibilidade de realizar bombardeios para conter as forças de Muamar Kadafi.
     Mas o debate internacional sobre eventuais ações militares pode se arrastar, dando a Kadafi tempo para dominar a rebelião, que já dura cerca de um mês.
     A TV estatal líbia disse que disparos e explosões foram ouvidos no aeroporto próximo a Benghazi. Se confirmado, seria o primeiro combate nos arredores da cidade onde a revolução começou, e um sinal do sucesso da contraofensiva governista.
     Os confrontos em torno de Ajdabiyah, uma cidade estratégica na rodovia litorânea, contiveram o avanço do Exército rumo a Benghazi, mas os militares alertaram aos cidadãos que pretendem avançar para a cidade, e recomendaram aos moradores que deixem as áreas controladas pelos rebeldes.
     A TV Al Arabiya disse que cerca de 30 pessoas já foram mortas nos combates em Ajdabiyah. Nos arredores da cidade, há carros queimados nos acostamentos, e as forças do governo exibem à imprensa estrangeira os seus canhões, tanques e lançadores móveis de foguetes - um poderio bélico muito superior ao que é usado pelos rebeldes.
     A TV estatal informou que as forças do governo capturaram também Misurata, terceira maior cidade líbia, 200 quilômetros a leste de Trípoli. Rebeldes e moradores, no entanto, negaram a afirmação.
     Os Estados Unidos, anteriormente relutantes à ideia de uma intervenção militar, disseram que o Conselho de Segurança da ONU deveria considerar a adoção de medidas mais duras do que a imposição de uma zona de exclusão aérea na Líbia.
     "Estamos discutindo muito seriamente e comandando os esforços no Conselho a respeito de uma gama de ações que acreditamos ser eficazes para proteger os civis", disse a embaixadora dos EUA na ONU, Susan Rice, na noite de quarta-feira em Nova York.
     "Os visão dos EUA é que precisamos estar preparados para contemplar os passos que incluem uma zona de exclusão aérea, talvez indo além dela", afirmou.
     Washington inicialmente reagiu com cautela à proposta da Liga Árabe e de governos europeus pela imposição da zona de exclusão aérea, pois alguns funcionários norte-americanos temiam que essa medida fosse militarmente ineficaz e politicamente nociva.
     Diplomatas na ONU disseram à Reuters que a exclusão aérea e outras ações militares - como bombardeios para proteger áreas civis - agora têm apoio dos Estados Unidos, Grã-Bretanha, e França.
     A secretária de Estado Hillary Clinton disse esperar que o Conselho vote a medida "até no máximo quinta-feira".
     Ela afirmou que Kadafi parece determinado a matar o máximo de líbios que conseguir, e que "muitas ações diferentes" estavam sendo consideradas.
Fonte: Gazeta do Povo / Reuters

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