Sessão foi marcada por tentativas de obstrução de
opositores
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da
Câmara aprovou, nesta terça-feira, parecer favorável à reforma da Previdência
do governo Bolsonaro. A sessão se estendeu por mais de nove horas, com 48 votos
favoráveis e 18 contrários. Foram 62 dias até conseguir passar a primeira
barreira ao projeto, tendo que tirar quatro pontos do texto em negociações com
o chamado Centrão.
Pedidos da oposição para adiar a votação foram
analisados, debatidos e rejeitados nesse período. A comissão rejeitou
requerimento para adiar a votação da Reforma da Previdência por três sessões,
por 43 votos a zero. Antes, já havia derrubado outro pedido, de adiamento por
quatro sessões, com 39 votos a zero. Havia ainda mais um pedido da oposição
sobre a mesa antes da votação da admissibilidade da reforma.
Apesar das manobras da oposição para tentar
protelar a votação da Reforma da Previdência na CCJ, o presidente da comissão,
Felipe Francischini (PSL-PR), avisou que não cederia às manobras. “Podem fazer
o barulho que quiserem. Vamos continuar tocando a reunião, a reforma será
votada hoje (ontem)”, afirmou. O aviso foi dado após um novo tumulto, provocado
após o líder do PSol na Câmara, Ivan Valente (SP), ter sugerido ter uma
gravação do presidente da CCJ sobre temas regimentais relacionados ao
requerimento da oposição para suspender a tramitação da reforma. Valente não
chegou a colocar a gravação porque a mesa da CCJ disse que não cabia a medida.
Nesse momento, Francischini cobrou “coerência e
hombridade” de Valente, o que despertou reação da oposição. Um tumulto se
formou em frente à mesa, e deputados aliados do governo pediram “civilidade”.
Após o fim do tumulto, o plenário da CCJ rejeitou requerimento para adiar
votação por cinco sessões por 44 votos a sete, com uma abstenção.
“Não apontem o dedo para mim que não sou
moleque!” Com essa declaração áspera, Francischini reagiu à tentativa de
deputadas da oposição para barrar a votação. Maria do Rosário (PT-RS), Gleisi
Hoffmann (PT-PR), Erika Kokay (PT-DF) e Taliria Petrone (PSol-RJ) cercaram o
presidente na mesa da CCJ.
Ele disse que não deixaria as deputadas cercarem
a mesa, o que acabou acontecendo. Francischini não deixou que elas ficassem no
local. Governistas gritavam: “Não se deixe intimidar. Reaja com o regimento”.
Por Correio do Povo
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