Mesmo corte deve afetar o Instituto Chico Mendes
de Biodiversidade
O ministro do Meio Ambiente (MMA), Ricardo
Salles, mandou cortar em 24% o orçamento anual previsto para o Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), órgão
que está vinculado à sua pasta. Com o corte, que retira recursos que cobririam
praticamente três meses dos gastos previstos para 2019, o Ibama terá seu
orçamento reduzido de R$ 368,3 milhões, conforme constava na Lei Orçamentária
(LOA), para R$ 279,4 milhões.
Com R$ 89,9 milhões a menos no orçamento, o Ibama
terá impacto em suas operações de fiscalização e manutenção do meio ambiente.
Só as despesas fixas do órgão são estimadas em R$ 285 milhões para este ano.
As informações são de que o mesmo corte deve
afetar o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), responsável por
fiscalizar as unidades de conservação florestal do País. Questionado sobre as
motivações que levaram à medida, Ricardo Salles não comentou o assunto até a
publicação desta reportagem. O Ibama também não se posicionou.
Os cortes de orçamento ocorrem em um momento de
crise na pasta. Servidores do ICMBio divulgaram carta de repúdio contra Salles,
que determinou abertura de processo administrativo disciplinar contra
funcionários do órgão no Rio Grande Sul, após cobrar a presença deles em um
encontro com ruralistas. Ocorre que eles não foram convidados para o encontro,
por isso não estavam no local.
O constrangimento causado pelo episódio levou ao
pedido de demissão do presidente do ICMBio, seguido por outros três pedidos de
exoneração conjunta de diretores do órgão.
De seu lado, Salles exonerou o diretor do parque
Lagoa do Peixe, quando a crise começou, e nomeou quatro policiais militares
para ocuparem os cargos na diretoria do Instituto Chico Mendes.
Oficiais da PM e das Forças Armadas também estão
sendo nomeados para o MMA e o próprio Ibama. Já são cerca de 20 posições
ocupadas por militares na cúpula do meio ambiente.
Por AE
Correio do Povo
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