terça-feira, 30 de abril de 2019

Aos 72 anos, Beth Carvalho morre no Rio de Janeiro

Causa da morte não foi divulgada

   "Madrinha do samba" faleceu nesta terça-feira no Rio de Janeiro 

Beth Carvalho morreu aos 72 anos, nesta terça-feira, no Rio de Janeiro. Internada desde o dia 8 de janeiro no hospital Pró-Cardíaco, a causa da morte ainda não foi divulgada.

A informação foi confirmada pelo empresário da artista, Afonso Carvalho. Em nota, ele agradeceu o apoio dos fãs e falou sobre o legado da Madrinha do samba.

"Nossa querida Beth Carvalho partiu hoje, às 17h33, cercada do amor de seus familiares e amigos. Agradecemos todas as manifestações de carinho e solidariedade nesse momento. Beth deixa um legado inestimável para a música popular brasileira e sempre será lembrada por sua luta pela cultura e pelo povo brasileiro. Seu talento nos presenteou com a revelação de inúmeros compositores e artistas que estão aí na estrada do sucesso. Começando com o sucesso arrebatador de Andança, até chegar a Marte com Coisinha do Pai, Beth traçou uma trajetória vitoriosa laureada por vários prêmios, inclusive um Grammy pelo conjunto da obra. Assim que possível, informaremos sobre o sepultamento",  postou.

A nota também foi compartilhada nas redes sociais da cantora.

A cantora sofria com problemas de saúde há anos. A compositora se submeteu a uma cirurgia na coluna em agosto de 2012. Mesmo assim, ela continuou sentindo fortes dores devido a uma fissura na base da coluna vertebral.

Em 2018, a saúde fragilizada da cantora não impediu que ela celebrasse 40 anos do histórico disco De Pé no Chão pelo Brasil. Sem conseguir ficar de pé, a sambista cantou deitada em um divã. A compositora também é mãe da atriz e cantora Luana Carvalho, que deu à luz a pequena Mia, em março do ano passado.

Madrinha do Samba

Elizabeth Santos Leal de Carvalho nasceu no Rio de Janeiro, no dia 5 de maio de 1946. Beth teve contato com a música logo cedo, incentivada pela família. Aos oito anos, por exemplo, ela ouvia canções de grandes amigos do pai como Sílvio Caldas, Elizeth Cardoso e Aracy de Almeida. Já a avó, Ressú, tocava bandolim e violão.

Nos anos 60, veio a paixão da cantora pela Bossa Nova. Em 1965, Beth gravou o primeiro compacto simples com a música "Por Quem Morreu de Amor", de Menescal e Bôscoli. E, no ano seguinte, já envolvida com o samba, participou do show "A Hora e a Vez do Samba", ao lado de Nelson Sargento e Noca da Portela. Na década de 70, ela se tornou sucesso de vendas, emplacando vários sucessos como "1.800 Colinas", "Saco de Feijão" e "Olho por Olho".

Emendou outros sucessos na sua voz, como o hino "Vou Festejar", e eternizou "Coisinha do Pai". Foi ao encontro dos mestres, ao gravar "Folhas Secas", com Nelson Cavaquinho, e "As Rosas Não Falam", de Cartola.

Em 1997, Beth se emocionou ao testemunhar um de seus maiores hits, "Coisinha do Pai", ser tocada no espaço sideral. A engenheira brasileira da Nasa programou a canção para ‘acordar’ o robô em Marte. Incansável, a cantora continuou gravando discos, DVDs, ganhando homenagens e se apresentando ao redor do mundo até seus últimos dias de vida. Beth Carvalho será sempre lembrada como uma das maiores representantes da música brasileira.

Ficou conhecida também sua presença assídua na quadra Cacique de Ramos, onde Beth identificava talentos no samba e os revelava, como aconteceu com Fundo de Quintal, Zeca Pagodinho, Almir Guineto, Sombrinha, Arlindo Cruz, Jorge Aragão, entre tantos outros. Daí nasceu o apelido carinho de "madrinha do samba".


Por R7
Correio do Povo

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