"Madrinha do samba" faleceu nesta
terça-feira no Rio de Janeiro
Beth Carvalho morreu aos 72 anos, nesta
terça-feira, no Rio de Janeiro. Internada desde o dia 8 de janeiro no hospital
Pró-Cardíaco, a causa da morte ainda não foi divulgada.
A informação foi confirmada pelo empresário da
artista, Afonso Carvalho. Em nota, ele agradeceu o apoio dos fãs e falou sobre
o legado da Madrinha do samba.
"Nossa querida Beth Carvalho partiu hoje, às
17h33, cercada do amor de seus familiares e amigos. Agradecemos todas as
manifestações de carinho e solidariedade nesse momento. Beth deixa um legado
inestimável para a música popular brasileira e sempre será lembrada por sua
luta pela cultura e pelo povo brasileiro. Seu talento nos presenteou com a
revelação de inúmeros compositores e artistas que estão aí na estrada do
sucesso. Começando com o sucesso arrebatador de Andança, até chegar a Marte com
Coisinha do Pai, Beth traçou uma trajetória vitoriosa laureada por vários
prêmios, inclusive um Grammy pelo conjunto da obra. Assim que possível,
informaremos sobre o sepultamento", postou.
A nota também foi compartilhada nas redes sociais
da cantora.
A cantora sofria com problemas de saúde há anos.
A compositora se submeteu a uma cirurgia na coluna em agosto de 2012. Mesmo
assim, ela continuou sentindo fortes dores devido a uma fissura na base da
coluna vertebral.
Em 2018, a saúde fragilizada da cantora não
impediu que ela celebrasse 40 anos do histórico disco De Pé no Chão pelo
Brasil. Sem conseguir ficar de pé, a sambista cantou deitada em um divã. A
compositora também é mãe da atriz e cantora Luana Carvalho, que deu à luz a
pequena Mia, em março do ano passado.
Madrinha do Samba
Elizabeth Santos Leal de Carvalho nasceu no Rio
de Janeiro, no dia 5 de maio de 1946. Beth teve contato com a música logo cedo,
incentivada pela família. Aos oito anos, por exemplo, ela ouvia canções de
grandes amigos do pai como Sílvio Caldas, Elizeth Cardoso e Aracy de Almeida.
Já a avó, Ressú, tocava bandolim e violão.
Nos anos 60, veio a paixão da cantora pela Bossa
Nova. Em 1965, Beth gravou o primeiro compacto simples com a música "Por
Quem Morreu de Amor", de Menescal e Bôscoli. E, no ano seguinte, já
envolvida com o samba, participou do show "A Hora e a Vez do Samba",
ao lado de Nelson Sargento e Noca da Portela. Na década de 70, ela se tornou
sucesso de vendas, emplacando vários sucessos como "1.800 Colinas",
"Saco de Feijão" e "Olho por Olho".
Emendou outros sucessos na sua voz, como o hino
"Vou Festejar", e eternizou "Coisinha do Pai". Foi ao
encontro dos mestres, ao gravar "Folhas Secas", com Nelson
Cavaquinho, e "As Rosas Não Falam", de Cartola.
Em 1997, Beth se emocionou ao testemunhar um de
seus maiores hits, "Coisinha do Pai", ser tocada no espaço sideral. A
engenheira brasileira da Nasa programou a canção para ‘acordar’ o robô em
Marte. Incansável, a cantora continuou gravando discos, DVDs, ganhando
homenagens e se apresentando ao redor do mundo até seus últimos dias de vida.
Beth Carvalho será sempre lembrada como uma das maiores representantes da
música brasileira.
Ficou conhecida também sua presença assídua na
quadra Cacique de Ramos, onde Beth identificava talentos no samba e os
revelava, como aconteceu com Fundo de Quintal, Zeca Pagodinho, Almir Guineto,
Sombrinha, Arlindo Cruz, Jorge Aragão, entre tantos outros. Daí nasceu o
apelido carinho de "madrinha do samba".
Por R7
Correio do Povo
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