Caminhada foi marcada de última hora para
resgatar parte do eleitorado petista
Foto: Bruno Rocha / Fotoarena / Estadão
Conteúdo / CP
O
candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, defendeu a atuação
da Polícia Federal para conter os problemas de segurança pública e lembrou o
respeito que os governos do partido tiveram pelo povo nordestino. "Todas
as regiões são importantes, mas o nordestino conheceu pela primeira vez o que é
ser respeitado com nossos governos", disse o presidenciável a jornalistas
no início de uma caminhada na Bahia, transmitida ao vivo pelas redes sociais do
PT.
A
caminhada, na região de Feira de Santana, foi marcada de última hora para
resgatar parte do eleitorado petista, que o partido vinha perdendo para seu
principal concorrente nesta eleição, Jair Bolsonaro (PSL).
"O Brasil nasceu aqui e vai renascer aqui", reforçou Haddad. Sobre o
tema segurança, Haddad declarou: "A Polícia Federal vai passar a atuar na
segurança pública de todo o País. Vai coordenar todas as demais polícias."
Nesta
semana, o substituto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha cerca de
43% das preferências no Nordeste. Trata-se de um porcentual bem menor do que o
PT obteve em disputas anteriores, quando superou a faixa dos 60%. O comando da
campanha petista percebeu que Haddad vem perdendo votos na região que
até agora é reduto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso da Lava
Jato, e deflagrou uma operação de emergência, na véspera da eleição, para
conter a "onda" Bolsonaro. O discurso de liberação do porte de armas
feito pelo ex-capitão foi um dos fatores aprovados pelos eleitores da região
para combater a violência.
Desde o
início da semana, quando essa "onda" foi detectada, o PT intensificou
as ações para neutralizar a atuação dos apoiadores
de Bolsonaro nas redes sociais. Canais foram criados para que as
fake news, divulgadas sobretudo pelo WhatsApp, sejam denunciadas.
As acusações são prontamente respondidas nas próprias redes, publicamente, e
viram alvo de ações na Justiça Eleitoral. Em um dia foram registradas 15 mil
denúncias. Levantamentos feitos pelo comitê de Haddad mostraram que Bolsonaro
cresceu nos últimos dias entre o eleitorado de baixa renda do Nordeste, única
região do País onde o candidato do PT está na frente do capitão reformado do
Exército.
Em
conversas reservadas, a equipe do ex-prefeito não esconde a preocupação com o
crescimento do adversário e teme a vitória dele no primeiro turno. O governador
da Bahia, Rui Costa, e o ex-ministro da Casa Civil Jaques Wagner vão acompanhar
Haddad na caminhada em Feira de Santana. Costa é candidato à reeleição e as
pesquisas indicam que pode vencer na primeira etapa.
Coordenador
da campanha do governador, Jerônimo Rodrigues confirmou ao jornal O Estado de
S. Paulo que há no PT uma ordem para reforçar a caça aos votos em redutos do
partido após Bolsonaro ampliar as intenções de votos no Nordeste. A ordem da
direção petista é "dar um banho de gente" em Haddad.
Esta é a
segunda mudança repentina na estratégia petista. Na quarta-feira, diante do
crescimento de Bolsonaro, a campanha de Haddad decidiu antecipar os ataques ao
capitão da reserva, que estavam previstos para acontecer somente no segundo
turno. Desde quinta-feira, Bolsonaro tem investido no eleitorado do PT no
Nordeste. O candidato do PSL deu uma entrevista à Rádio Jornal de Pernambuco,
na qual chegou a elogiar Lula. "Ele (Haddad) agora está servindo um homem
que poderia ser um grande presidente, mas o Lula está colhendo o que ele
plantou. Lamento que ele esteja preso", declarou.
Dirigentes
do PT baiano disseram que a visita de Haddad a Feira de Santana visa encerrar
de forma positiva a campanha do primeiro turno. Rodrigues afirmou que a ideia é
obter imagens representativas da força do lulismo, o que seria mais difícil no
Sudeste, onde Bolsonaro lidera a preferência do eleitorado. O candidato do DEM
ao governo baiano, Zé Ronaldo, ex-prefeito da cidade, apoia o deputado do PSL.
ESTADÃO
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Correio
do Povo
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