Moradores tentaram invadir delegacia motivados
por boato | Foto: Polícia Civil / Divulgação / CP
*Com
informações do repórter Paulo Tavares
Moradores
tentaram invadir uma delegacia da Polícia Civil no bairro Mário Quintana, na
zona Norte de Porto Alegre, na tarde desta terça-feira. O motivo foi um boato
de que um homem que havia tentado sequestrar uma criança estava preso no local.
A polícia
informou que tratava-se apenas de um boato e que nenhuma tentativa de sequestro
foi registrada no bairro nesta terça-feira. Apesar disso, os moradores seguiram
insistindo em entrar no local, o que gerou momentos de tensão.
Alguns
populares atiraram pedras contra o prédio, até mesmo quebrando alguns vidros
das janelas. Para conter a multidão, policiais chegaram a dar tiros para o
alto. A polícia aceitou negociar com o grupo para que dois representantes dos
moradores entrasse na delegacia para confirmar que não havia nenhum preso no
local.
O boato
ocorreu após o caso da menina Eduarda Herrera
de Mello, de nove anos, encontrada morta na manhã dessa
segunda-feira após ser sequestrada enquanto brincava na frente de sua casa no
bairro Rubem Berta, na zona Norte de Porto Alegre. A polícia ainda não
conseguiu encontrar o responsável pelo crime.
Nesta
terça-feira, a Polícia Civil mostrou preocupação com
a proliferação, nas redes sociais, de fotos de diversos homens parecidos com o
autor do crime, elevando os riscos de injustiças e até linchamentos. Na
internet, já circula, inclusive, uma suposta conclamação em nome de apenados de
todos os presídios gaúchos para que qualquer uma das facções criminosas capture
o assassino da criança.
“Divulgamos
na segunda-feira o retrato falado e muitas denúncias chegaram. Pedimos que a
população continue repassando informações, mas tome cautela e não faça justiça
com as próprias mãos. Estamos atentos às situações em que estão achando pessoas
parecidas com o retrato falado. Solicitamos que informem somente à Polícia
Civil ao invés das redes sociais”, pediu a diretora do Departamento Estadual da
Criança e do Adolescente (Deca), delegada Adriana Regina da Costa. “A gente
conta com o apoio da população nas denúncias”, acrescentou.
O retrato
falado do suspeito de sequestrar a vítima foi elaborado pelo Instituto Geral de
Perícias com base na descrição de uma única testemunha. “Tem cerca de 80% de
semelhança com o sequestrador. A testemunha viu ele conversando com a menina”,
observou a delegada. “Porém, não descartamos a participação de mais pessoas na
morte da menina”, revelou. Enfatizando que a população não faça “justiça pelas
próprias mãos”, ela reiterou que “é preciso ter cautela para chegar realmente a
quem praticou o ato”.
Correio
do Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário