Com cartazes, alunos demonstraram apoio aos
professores | Foto: Alina Souza
Após uma professora
ser agredida, ainda não há previsão para retorno das aulas na Escola
Municipal de Ensino Fundamental Afonso Guerreiro Lima, na rua Guaíba, no bairro
Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre. As atividades foram suspensas na manhã
dessa quarta, após a irmã de um estudante, de 14 anos, desferir socos e
chutes contra a professora.
A
agressora, de 23 anos, é ex-aluna da instituição e foi ao local após a escola
solicitar a presença de um responsável pelo adolescente. Na terça-feira, a
mãe do estudante já havia ameaçado a professora. A jovem fugiu após a agressão
e ainda não foi encontrada. Já a professora foi encaminhada para atendimento no
Hospital de Pronto Socorro.
Durante a
manhã de hoje, uma reunião de emergência foi realizada entre professores,
pais, alunos e representantes da Secretaria Municipal de Educação. Guarda
Municipal e a Brigada Militar também estiveram presentes. No encontro, além da
segurança da escola, a comunidade escolar também falou da falta de professores
e de estrutura. O estabelecimento de ensino reúne cerca de 1,1 mil
estudantes e dispõe de 70 professores e 15 funcionários nos três turnos.
O aluno foi suspenso após o caso. Mas, durante a
reunião de emergência, o Conselho Escolar exigiu que o estudante não retorne
mais ao estabelecimento de ensino. No entanto, a questão será tratada pela
Secretaria Municipal de Educação, Conselho Tutelar e Ministério Público do
Estado.
Sobre a
segurança no local, o diretor da escola Samuel Martins observou que os guardas
municipais aparecem somente quando são chamados. “Tem toda uma rede de
atendimento na área da assistência social e da saúde que também tem sido
desmontada. Ela não tem mais o funcionamento que existia há alguns anos”,
acrescentou, referindo-se à questão dos alunos problemáticos dentro de um
contexto de violência.
“A nossa
escola não é igual a qualquer outra. Ela tem suas vulnerabilidades e a segurança
é uma delas. Esse tratamento com segurança também precisa ser diferenciado. Ela
tem que ter uma atenção diferenciada”, avaliou. “A falta de professores
também tem a haver com a segurança por que a equipe diretiva e de suporte da
escola acaba indo para a sala de aula para suprimir uma falta crônica” afirmou
Samuel Martins, calculando a necessidade de mais nove docentes para atender a
demanda.
Em nota
oficial divulgada ainda na quarta-feira, a Secretaria Municipal de Educação
considerou inaceitável o episódio de violência contra a professora. “Em apoio à
comunidade escolar e em defesa da integridade física dos professores, a Smed
acionou os órgãos de segurança, que prestaram atendimento e reforçaram a
presença na escola. A fim de restituir a tranquilidade escolar, o aluno foi
suspenso e os professores foram recebidos no RH da Smed. A prefeitura, a
direção e os professores investem todos os esforços para que os demais alunos
possam seguir frequentando suas aulas. A escola tem de ser um lugar de respeito,
ou não pode educar”, diz o documento.
Correio
do Povo
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