Sepultamento ocorreu no cemitério municipal de
Guaíba | Foto: Guilherme Testa
As forças da segurança pública se despediram
nesta quinta-feira do inspetor Leandro de Oliveira Lopes,
30 anos, que morreu na quarta-feira em uma operação para
capturar um criminoso em uma propriedade na ERS 124, em Pareci Novo, no Vale do
Caí. Em todo o Rio Grande do Sul, agentes da Polícia Civil, policiais da
Brigada Militar, o Comando Rodoviário da Brigada Militar, o Corpo de Bombeiros
Militar, a Polícia Rodoviária Federal e Polícia Federal irmanaram-se na dor e
solidariedade pela perda da vida do agente que foi baleado durante cumprimento
de mandado de prisão.
Em todas as cidades gaúchas ocorreu um sirenaço
de viaturas pontualmente às 10h. Continências foram prestadas inclusive pelos
brigadianos. Nesse horário estava sendo sepultado o corpo do policial civil no
cemitério municipal de Guaíba, onde efetivos de todas as instituições estavam
presentes, inclusive com os respectivos comandos.
O Chefe de Polícia Civil, delegado Emerson Wendt,
e o Comandante-Geral da Brigada Militar, coronel Mário Ikeda, compareceram à
despedida ocorrida sob forte emoção e realizada também ao som das sirenes das
viaturas por cinco minutos. Já o helicóptero da Polícia Civil promoveu uma
chuva de pétalas de rosas.
Após o sepultamento, o Chefe de Polícia Civil,
delegado Emerson Wendt, confirmou que as buscas ao criminoso conhecido como Bilinha, suspeito de ser o autor do disparo que matou o inspetor, prosseguiam na
região de Pareci Novo, mas com menor intensidade devido às chances remotas do
foragido e de um cúmplice estarem ainda na área.
Barreiras permaneciam montadas. Mesmo assim, dois
indivíduos foram capturados nas diligências na noite de quarta-feira, sendo que
um foi apontado como compadre de Bilinha e portava duas espingardas e uma
pistola. Já o segundo detido era um foragido sem envolvimento com o caso.
“Vamos continuar nas buscas enquanto for preciso”, resumiu, agradecendo o apoio
das outras forças de segurança pública. O foco principal, esclareceu Emerson
Wendt, já está sendo agora um trabalho de inteligência para descobrir o
paradeiro do criminoso. O Chefe de Polícia Civil observou também que as
circunstâncias em que o inspetor Leandro de Oliveira Lopes foi morto estão
sendo apuradas pela instituição.
“Toda morte de um policial naturalmente sofre uma
análise e revisão dentro das instituições. Certamente faremos a nossa para
verificar o que pode ser melhorado”, destacou. De acordo com ele, a operação
policial em Pareci Novo foi planejada e executada com “maioria de força” pois
sabiam-se dos riscos envolvidos. “Houve uma circunstância que infelizmente
fugiu da intenção de qualquer um dos presentes naquele momento”, sintetizou,
acrescentando que sempre existe a preocupação com a segurança dos agentes em
operações.
Atuante na operação em Pareci Novo, o delegado
Luiz Firmino, da Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa de
Canoas, recordou o que ocorreu no momento em que inspetor Leandro de Oliveira
Lopes foi baleado. “Ele estava próximo de mim. Antes mesmo de chegarmos já
fomos recebidos a tiros”, lembrou. “Era um profissional dedicado, diferenciado
e pró-ativo. Ele estava sempre alegre e disposto. Trazia as ideias ao invés de
perguntar o que fazer. Foram assim nesses cinco meses de convivência com ele
que amava o que estava fazendo. Era um sonho dele…”, ressaltou.
Sindicato faz protesto
Em Porto Alegre, a Ugeirm Sindicato realizou uma
carreata que começou no Palácio da Polícia, na avenida João Pessoa. Uma faixa
de luto foi colocada sobre o nome da instituição que está em um pedestal.
Policiais federais participaram juntos. Com as sirenes acionadas, as viaturas
deslocaram-se pela BR 290 até o cemitério municipal de Guaíba.
Antes da carreata começar no Palácio da Polícia,
o presidente da Ugeirm Sindicato, Isaac Ortiz, criticou o “número excessivo de
operações” pois entende que está sendo “cobrada a quantidade e não qualidade”.
O dirigente sindical quer saber “quais os cuidados quando se faz uma operação”.
Ele enfatizou que “a perda do Leandro representa uma dor muito grande para
nós”. “Queremos saber o que aconteceu e queremos todas as explicações”,
concluiu. “As críticas são mais oportunistas do que propriamente outra coisa”,
contrapôs o delegado Emerson Wendt.
Correio do Povo
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