Temer anuncia medidas para pôr fim à greve dos
caminhoneiros | Foto: Alan Santos / PR / CP
* Com informações da Agência Brasil
Michel Temer anunciou, em pronunciamento,uma
série de medidas na tentativa de pôr fim à greve dos caminhoneiros que neste
domingo completou sete dias e que afeta o Brasil em vários setores. Estradas
bloqueadas, cargas trancadas, falta de combustíveis nas cidades, aeroportos,
desabastecimento nos supermercados são alguns dos reflexos que vêm se
agravando.
"A primeira reivindicação a ser atendida é
a redução de R$ 0,46 do preço do óleo diesel. A medida é válida por
60 dias". Após este período, Temer explicou que o reajuste será mensal.
Isso equivale, segundo o presidente, a zerar as alíquotas da Cide e do
PIS/Cofins. Os representantes dos caminhoneiros autônomos não aceitaram o
congelamento do diesel por apenas 30 dias, como havia sido inicialmente
proposto. Outra medida é a de que caminhoneiros autônomos terão garantia
de 30% dos fretes da Conab.
O governo federal concordou ainda em
eliminar a cobrança do pedágio dos eixos suspensos dos caminhões em todo o
país, além de estabelecer um valor mínimo para o frete rodoviário. Essas
determinações deverão constar em medidas provisórias a serem publicadas em
edição extra no Diário Oficial da União. A expectativa do Palácio do Planalto é
que a paralisação, que já dura sete dias e causa enormes prejuízos e
transtornos em todo o país, termine logo.
"Os efeitos dessa paralisação na vida de
cada cidadão me dispensam de citar a importância da missão nobre de cada
trabalhador no setor de cargas. Durante toda esta semana, o governo sempre
esteve aberto ao diálogo e assinamos acordo logo no início. Confirmo a validade
de tudo que foi acertado". Temer disse que, nas últimas 48 horas, o
governo avançou na negociação dessas novas medidas.
"Assumimos sacrifícios sem prejudicar a
Petrobras." Temer disse que o congelamento valerá por 60 dias e, a
partir daí, só haverá reajustes mensais. "Cada caminhoneiro poderá
planejar seus custos. Atendemos todas as reivindicações", afirmou. A
equipe econômica foi chamada ao Palácio para calcular o impacto das novas vantagens
concedidas ao setor.
Durante todo o dia, custos, cortes e compensações
foram avaliados. Além de restrições orçamentárias, empecilhos legais tiveram de
ser examinados. Na primeira rodada de negociações com os caminhoneiros,
quando se acordou que a Petrobras baixaria em 10% o preço do diesel nas
refinarias durante 30 dias, e os caminhoneiros fariam uma trégua de 15 dias na
paralisação, o Ministério da Fazenda estimou em R$ 5 bilhões o valor das
compensações do Tesouro Nacional à estatal. Agora, com a validade do
congelamento do preço nos postos - e não na refinaria - pelo dobro do
tempo, as despesas serão proporcionalmente elevadas.
Na última sexta, em outro discurso, Temer foi
mais enfático e duro. Colocou as Forças Armadas para desobstruir estradas e
falou em minoria radical. No final de semana os protestos seguiram em vários
estados e estradas federais. No começo da noite, ministros e integrantes do
gabinete federal responsável pela crise da greve se reuniram com líderes dos
caminhoneiros para uma nova rodada de discussões.
Correio do Povo
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