Decisão foi divulgada nesta quarta-feira
Justiça decide que réus do caso Kiss vão a júri
popular | Foto: João Vilnei / Especial / CP
Os quatro
réus denunciados pelo incêndio na boate Kiss de Santa Maria, na região central
do Estado, vão a júri popular. A decisão foi divulgada na manhã desta
quarta-feira pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ/RS). O
titular da 1ª Vara Criminal da Justiça de Santa Maria, juiz Ulysses Fonseca
Louzada, decidiu pela sentença de pronúncia por entender que há indícios de
autoria e materialidade contra Elissandro Callegaro Spohr (Kiko) e Mauro
Londero Hoffmann, sócios da casa noturna, Marcelo de Jesus dos Santos, músico,
e Luciano Bonilha Leão, produtor de palco, ambos da banda Gurizada
Fandangueira.
"As
versões defensivas, embora possam existir, não restaram demonstradas de forma
cabal, uníssona, numa única direção para que possam subtrair o julgamento pelo
Conselho de Sentença", considerou o magistrado em decisão de 195 páginas.
Caberá ao
Conselho de Sentença, formado por sete jurados, decidir se os quatro são
culpados ou inocentes das acusações. Os réus foram acusados pelo crime de
homicídio com dolo eventual (quando a pessoa assume o risco de causar a morte),
qualificado por meio cruel (fogo e asfixia) e motivo torpe (ganância) das 242
vitimas fatais, além de tentativas de homicídio dos mais de 600 feridos no
incêndio.
Três anos
da tragédia
Nesta quarta-feira
são lembrados 3 anos e 6 meses do incêndio da boate Kiss em Santa Maria. Uma
vigília ocorre em uma tenda montada por familiares das vítimas da tragédia, que
fica na Praça Saldanha Marinho, no Centro. Segundo o presidente da Associação
dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia (AVTSM), Sérgio Silva, a
programação consta de orações, momentos de reflexão com a participação da
professora Maria da Graça. Às 18h será realizado o tradicional minuto do
barulho.
Tragédia
O
incêndio na boate Kiss – que ficava na Rua dos Andradas, Centro de Santa Maria
– começou por volta das 2h30min da madrugada de 27 de janeiro de 2013. Dos que
participavam de uma festa organizada por estudantes da Universidade Federal de
Santa Maria (UFSM), 242 morreram em decorrência do fogo.
Segundo
testemunhas, o fogo teria começado quando um dos integrantes da banda Gurizada
Fandangueira, que acabara de subir ao palco, lançou um sinalizador. O objeto
teria encostado na forração da casa noturna. As pessoas não teriam percebido o
fogo de imediato, mas assim que o incêndio se espalhou, a correria teve início.
Conforme relatos, os extintores posicionados na frente do palco não
funcionaram.
Em
pânico, muitos não conseguiram encontrar a única porta de saída do local e
correram para os banheiros. Aqueles que conseguiram fugir em direção à saída,
ficaram presos nos corrimãos usados para organizar as filas. A boate foi tomada
por uma fumaça preta e as pessoas não conseguiam enxergar nada. A maioria
morreu asfixiada dentro dos banheiros ou na parte dos fundos da boate.
Fonte:
Correio do Povo
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